Abusos na Igreja Católica

Diocese de Setúbal nega "encobrimento" de abusos sexuais de menores

Bispo emérito de Setúbal terá ocultado caso de abuso sexual de menores, de acordo com uma investigação do Expresso.

Diocese de Setúbal nega "encobrimento" de abusos sexuais de menores
Pascal Deloche / Godong

A diocese de Setúbal reagiu esta sexta-feira à investigação do semanário Expresso, que dá conta do alegado encobrimento do bispo emérito de Setúbal, D. Gilberto Reis, de um caso de abuso sexual de menores. De acordo com o jornal, o sacerdote não comunicou as suspeitas à Polícia Judiciária nem ao Ministério Público.

Em comunicado, a diocese confirma que "existiu, entre 2008 e 2015, uma investigação canónica a um padre diocesano, motivada por queixas de abuso sexual de menores". À data dos acontecimentos, segundo a nota, o bispo terá organizado "um processo canónico", no qual foram ouvidas as partes envolvidas, ou seja, as vítimas e o sacerdote acusado de abusos.

"Durante o tempo em que decorreu a investigação, o sacerdote em causa foi suspenso das suas funções, mas após a conclusão do processo, o decreto emanado pela Santa Sé ilibou o padre e permitiu que voltasse a exercer o seu ministério, com o ofício de pároco", pode ler-se.

A diocese de Setúbal entende que, neste caso, não podem ser aplicadas as expressões como "ocultação" ou "encobrimento", uma vez que consideram que o processo decorreu "no cumprimento das orientações canónicas e civis em vigor à data".

Mesmo assim, no comunicado, a entidade não menciona concretamente a apresentação ou encaminhamento de qualquer suspeita à Polícia Judiciária ou ao Ministério Público.