O Ministério Público da Guarda abriu um inquérito crime contra um padre de uma paroquia da Guarda por suspeitas de abusos sexuais a menores.
O padre suspeito é atualmente pároco no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Os abusos que alegadamente cometeu terão acontecido há cerca de 30 anos. A denúncia foi feita por um padre, de 42 anos, que é um dos 424 testemunhos recolhidos pela comissão independente que estuda os crimes sexuais na igreja.
Fonte do Ministério Público da comarca da Guarda confirmou à SIC que foi aberto um inquérito para investigar esta situação. Há também suspeitas de que o bispo da Guarda tenha sido informado desta denúncia, sem que, no entanto, o padre tenha sido suspenso.
Outras dioceses – como Braga ou de Vila Real – suspenderam os suspeitos, mal tiveram conhecimento de alegados abusos, inclusive os que já estavam prescritos por lei.
A diocese da Guarda enviou um comunicado à SIC onde diz que “sempre comunicou a quem de direito todas as denuncias, mesmo as anónimas, que lhe chegaram” e que não quer “contribuir para transformar qualquer notícia, declaração ou até acusação sem investigação em condenação direta e sumária na praça publica".
Acaba, no entanto, por não confirmar nem desmentir se o bispo Manuel Felício foi ou não informado das suspeitas contra o padre de Figueira de Castelo Rodrigo.
Na altura dos alegados abusos, o suspeito era o responsável pela paroquia de Vila do Carvalho, no concelho da Covilhã. O denunciante tinha 12 anos e disse ter sido abusado a troco de poder entrar no seminário do Fundão, onde o suspeito era orientador espiritual. À comissão terá falado noutras crianças que também foram chantageadas e abusadas pelo mesmo padre.