Alterações Climáticas

Glaciar da Antártida expeliu um iceberg gigante

A plataforma de gelo da Antártida está a diminuir drasticamente.

Glaciar da Antártida expeliu um iceberg gigante
ESA

Um enorme iceberg desprendeu-se do glaciar da Antártida conhecido como Pine Island Glacier (PIG), de acordo com um relatório de 11 de fevereiro da ESA.

O iceberg B-49 tem cerca de 300 quilómetros quadrados, aproximadamente o tamanho da ilha de Malta.

O enorme iceberg partiu-se depois em pedaços mais pequenos, denominados "PIGlet" (um trocadilho só possível em inglês já que pig significa porco e piglet é porquinho ou leitão).

Não é um fenómeno inesperado, já que a monitorização por satélite já o fazia antever. No ano passado foram detetadas as primeiras duas grandes fissuras que foram continuamente observadas para perceber a rapidez com que aumentavam.

19 de maio de 2019
ESA

Esta animação é feita a partir das imagens captadas pelo satélite Sentinel-1 do projeto Copernicus da ESA entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2020 - a última data de 11 de fevereiro.

Segundo o comunicado da ESA:

"O Glaciar Pine Island, juntamente com o seu vizinho Glaciar Thwaites, ligam o centro da camada de gelo da Antártida Ocidental ao oceano - juntos descarregam grandes quantidades de gelo no oceano.

Estes dois glaciares têm vindo a perder gelo nos últimos 25 anos. Desde o início dos anos 90, a velocidade do degelo do Glaciar Pine Island aumentou drasticamente para valores que ultrapassam 10 metros por dia. A frente de gelo flutuante, que tem uma espessura média de aproximadamente 500 metros, sofreu uma série de desprendimentos de gelo nos últimos 30 anos, alguns dos quais mudaram abruptamente a forma e a posição da frente de gelo.

Termómetros batem recordes na Antártida argentina

A 7 de fevereiro, a Antártida argentina registou o dia mais quente desde que há registos meteorológicos na região - 18,3ºC.

Este dado é encarado como um triste recorde que desestabiliza a calote glaciar austral.

Ao meio-dia, na base Esperanza, uma estação científica, a temperatura registava 18,3ºC.

Segundo o instituto meteorológico, trata-se de um recorde desde 1961. O anterior foi de 17,5 graus, em 24 de março de 2015.

Na base de Marambio, outra estação científica, a temperatura atingiu 14,1 graus, um recorde para um mês de fevereiro, desde 1971. O recorde anterior remonta a 24 de fevereiro de 2013, com 13,8 graus.

Os recordes de temperatura "certamente chocam, mas não surpreendem", uma vez que a Antártida aquece com o resto do planeta, disse hoje Frida Bengtsson, especialista em ambiente marinho da Greenpeace, em comunicado.

Após uma década recorde, que terminou com um ano de 2019 que foi o segundo mais quente já registado no planeta, o ano 2020 denota a mesma tendência, com o mês de janeiro mais quente já registado.

Consequência direta do aumento das temperaturas devido às atividades humanas, as calotes glaciares da Antártida e da Gronelândia perderam em média 430 mil milhões de toneladas por ano desde 2006, fazendo subir o nível dos oceanos.