Beirute: "É uma cidade muito triste que acordou hoje, mas há fé"
Ibraheem Abu Mustafa

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Beirute: "É uma cidade muito triste que acordou hoje, mas há fé"

Duas explosões, uma das quais de grandes dimensões, abalaram na terça-feira a capital do Líbano, Beirute. O último balanço de vítimas dá conta de pelo menos 135 mortos e 5.000 feridos. As autoridades libanesas atribuem a origem da explosão a um armazém com 2.750 toneladas de nitrato de amónio, em Beirute. O Governo do país já declarou estado de emergência.

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Portugal pode enviar até quatro equipas, relacionadas fundamentalmente com a resposta a emergência médica, a análise do ar e a atividades em estruturas colapsadas.

Dois mortos e mais de 100 feridos entre funcionários da ONU e familiares

Duas pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas, entre funcionários da ONU e seus familiares, nas explosões que sacudiram o porto de Beirute, capital do Líbano, na terça-feira, avançou hoje a organização internacional, em comunicado.

Entre os feridos, contam-se 22 'capacetes azuis' da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (FINUL), que se encontravam num navio atracado no cais, afetado pelas explosões.

O porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq, esclareceu ainda que as duas pessoas que morreram encontravam-se em diferentes pontos da capital libanesa.

O responsável frisou ainda que a ONU está a trabalhar "em estreita colaboração com o Governo libanês para apoiar a sua resposta de emergência", tendo já enviado vários especialistas para Beirute.

A organização está ainda a estudar a situação dos hospitais, através da Organização Mundial da Saúde, e as necessidades alimentares, por intermédio do Programa Alimentar Mundial.Farhan Haq recordou que o Líbano importa grande parte dos seus alimentos, sendo prejudicado pelos danos que as explosões causaram ao porto.

O porta-voz adiantou também que a ONU está a estudar "todas as opções financeiras" para apoiar o país.

Presidente angolano exprime solidariedade à nação libanesa

O Presidente da República de Angola, João Lourenço, enviou hoje uma mensagem ao seu homólogo libanês Michel Naim Aoun, manifestando tristeza pelos acontecimentos ocorridos na terça-feira em Beirute, e solidariedade para com a nação libanesa.

Na mensagem dirigida ao presidente libanês, João Lourenço expressa o seu "profundo sentimento de tristeza",sublinhando estar a acompanhar os acontecimentos com preocupação, na sequência das duas violentas explosões que abalaram a capital libanesa fazendo mais de uma centena de mortos.

O Chefe de Estado angolano lamentou a perda de vidas humanas e os elevados prejuízos materiais que resultaram das explosões e "exprimiu sentimentos de solidariedade à nação libanesa e aos sinistrados, endereçando condolências às famílias enlutadas".

Explosões em Beirute. Há um antes e um depois das 18:08:18 de 4 de agosto

Bruxelas acionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil para enviar rapidamente para o Líbano 100 bombeiros, com veículos, cães e equipamento, vindos dos 27 países-membros da UE, entre eles Portugal.

"Fertilizantes não explodem". Única empresa em Portugal a produzir nitrato de amónio diz que é seguro

Há dois tipos de nitrato de amónio, o técnico, com uma concentração acima de 28%, e o normal, com uma concentração abaixo. O técnico, que não é produzido em Portugal, é a matéria prima utilizada para "certo tipo de explosivos", porque se trata de "um oxidante forte" e intensifica a explosão, no caso de haver um detonador.

Amnistia Internacional pede investigação independente

A Amnistia Internacional defendeu hoje uma "investigação internacional" independente às causas das duas explosões que abalaram terça-feira o porto de Beirute e pediu à comunidade internacional para "aumentar urgentemente a ajuda humanitária ao Líbano".

"O que quer que tenha causado as explosões, incluindo a possibilidade de uma grande quantidade de nitrato de amónio armazenado de maneira insegura, a Amnistia Internacional apela à ativação imediata de um mecanismo internacional para investigar como isso aconteceu", afirmou hoje a secretário-geral da organização não-governamental (ONG), Julie Verhaar, em comunicado.

No documento, Verhaar salientou as "cenas horríveis após as explosões para um país que já está a sofrer o 'stress' de várias crises" e apelou ao papel humanitário da comunidade internacional.

"A Amnistia Internacional apela também à comunidade internacional para aumentar urgentemente a ajuda humanitária ao Líbano, num momento em que o país já lutava com uma grave crise económica, bem como a pandemia de covid-19", finalizou.

Marcelo destaca apoio de Portugal à paz na região

Beirute: "É uma cidade muito triste que acordou hoje, mas há fé"
FILIPE FARINHA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou hoje o apoio de Portugal aos esforços das Nações Unidas para a paz no Líbano e para a pacificação daquela região do mediterrâneo.

"Portugal tem estado sempre atento à situação no Líbano, tem apoiado os esforços do secretário-geral das Nações Unidas, porque entende que é fundamental para a paz na região e global", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado defendeu que é importante que não haja, no Líbano e naquela região, "uma perturbação, mesmo que não seja possível desde já saber qual a perturbação ou as causas respetivas".

"A pacificação naquela região é muito importante e Portugal há muito que defende uma atenção especial relativamente ao mediterrâneo e ao próximo e médio oriente, porque são áreas vizinhas da Europa e portanto particularmente sensíveis para Portugal", sublinhou