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Gaza: Biden ordena ao exército dos EUA que estabeleça um porto para ajuda humanitária

Este porto deverá poder acolher grandes navios que transportem "alimentos, água, medicamentos e abrigos temporários", explicou um alto funcionário americano aos jornalistas.

Presidente dos EUA, Joe Biden
Presidente dos EUA, Joe Biden
Amanda Andrade-Rhoades

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai anunciar ao Congresso, esta quinta-feira, que deu ordens ao exército norte-americano para estabelecer um porto em Gaza, a fim de levar mais ajuda humanitária por via marítima ao território palestiniano, segundo altos funcionários.

"Esta noite, o Presidente vai anunciar no seu discurso sobre o Estado da União que ordenou às forças armadas americanas que liderem uma missão de emergência para estabelecer um porto em Gaza", disse um alto funcionário americano aos jornalistas.

Este porto deverá poder acolher grandes navios que transportem "alimentos, água, medicamentos e abrigos temporários", acrescentou.

"O elemento principal será um cais temporário", acrescentou, e este porto terá a capacidade equivalente a "centenas de camiões de ajuda adicionais todos os dias".

Ilha de Chipre será ponto de partida

Esta operação "levará algumas semanas a ser planeada e executada", e deverá envolver um corredor marítimo que traga ajuda por mar a partir da ilha de Chipre, afirmaram os altos funcionários.

Os responsáveis sublinharam que tal não significa que os soldados americanos estejam no terreno em Gaza.

"O exército americano tem capacidades únicas. E podem fazer coisas extraordinárias a partir do mar", disse outro responsável.

Este anúncio, no dia do principal discurso do Presidente sobre o Estado da União, ilustra as pressões a que os Estados Unidos estão expostos.

Na quinta-feira, os Estados Unidos e a Jordânia efetuaram o terceiro lançamento aéreo de ajuda a Gaza no espaço de uma semana, mas estes lançamentos aéreos estão a ter um efeito limitado.

De acordo com a ONU, a fome é "quase inevitável" para 2,2 milhões de habitantes de Gaza, a grande maioria da população, com a ajuda humanitária a chegar apenas aos poucos e por enquanto.