Mundo

Gripe das aves chega à Antártida: vírus detetado pela primeira vez em pinguins

Atualmente, o H5N1 não representa risco de pandemia, ainda que tenham sido registados casos e mortes em humanos, após contacto muito próximo com aves infetadas.

Loading...

O tipo mais mortífero de gripe das aves foi detetado pela primeira vez em pinguins na Antártida. A infeção por H5N1 foi confirmada em laboratório por cientistas espanhóis e sul-americanos.

A propagação, na Antártida, do vírus que nos últimos meses dizimou populações de aves em todo o mundo e infetou mamíferos marinhos, pode vir a ter efeitos avassaladores no deserto gelado do polo Sul.

“Há espécies em perigo de extinção, como os pinguins-imperadores e outras aves de alta relevância na Antártida. E também pelo comportamento de aglomeração dos pinguins, quando formam colónias reprodutivas. Isto pode promover e aumentar a taxa de de transmissão de doenças entre as várias colónias de aves”, explicou a investigadora Fabiola Leon.

O vírus H5N1 tem como principal reservatório as aves aquáticas migratórias que, frequentemente, são portadoras assintomáticas. É a primeira vez que é detetado em pinguins. Foram, para já, confirmados em laboratório nove casos em pinguins-de-adélia e um outro num corvo-marinho.

Apesar da distância que separa a Antártida de outros continentes, não há barreiras intransponíveis para os microrganismos patogénicos.

Atualmente, o H5N1 não representa risco de pandemia, ainda que tenham sido registados casos e mortes em humanos, após contacto muito próximo com aves infetadas. Os cientistas estão atentos a uma potencial recombinação, que permita ao vírus desenvolver a capacidades de se transmitir de pessoa para pessoa.