Bombeiros sapadores: municípios dizem que entregaram proposta... e Governo não legislou
ANTÓNIO PEDRO SANTOS

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País

Bombeiros sapadores: municípios dizem que entregaram proposta... e Governo não legislou

Os sapadores bombeiros protestaram, esta quarta-feira, junto à Assembleia da República. Os profissionais em luta subiram as escadarias e tentaram invadir o Parlamento, mas foram travados pela polícia. Rebentaram petardos, queimaram um casaco e um pneu e levaram um caixão para o local. Prometem ali continuar até que sejam ouvidos pelo Governo.

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PSP recusa falha de segurança no protesto dos bombeiros

Bombeiros sapadores: municípios dizem que entregaram proposta... e Governo não legislou

Lusa

A PSP rejeitou, esta quarta-feira, que tenha havido falhas no planeamento do dispositivo de segurança para a concentração dos bombeiros sapadores na Assembleia da República, embora admitindo imprevistos que obrigaram ao desvio de meios.

"Eu não creio que tenha havido falhas no que estava previsto no planeamento", afirmou aos jornalistas o chefe da Área Operacional do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, Manuel Gonçalves, depois de, ao início da tarde, centenas de bombeiros sapadores terem ocupado a escadaria da Assembleia da República durante uma concentração que incluiu igualmente o rebentamento de vários petardos e o incendiamento de pneus e de um fato de trabalho dos bombeiros.

Manuel Gonçalves disse aos jornalistas que a PSP tinha conhecimento da concentração organizada pelos bombeiros sapadores à frente da Assembleia da República e tinha os meios que considerava "adequados para garantir que o policiamento seria suficiente para fazer face a essa manifestação".

Segundo explicou Manuel Gonçalves, a PSP faz, antes de cada manifestação, "uma avaliação prévia", com base no histórico das manifestações organizadas pelo mesmo grupo de pessoas, sendo que os bombeiros sapadores já tinham estado no mesmo local "há várias semanas e sempre de forma pacífica, ordeira".

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A PSP adianta que houve duas situações, durante o protesto dos bombeiros sapadores na escadaria da Assembleia da República, que podem configurar crime.

Governo critica "instrumentalização política" do protesto dos sapadores

O ministro Leitão Amaro insiste que a maneira de resolver os problemas do país é com um diálogo à mesa das negociações e critica o "aproveitamento" feito por alguns do protesto dos sapadores.

Municípios dizem que entregaram proposta sobre sapadores há mais de três meses e que Governo não legislou

A Associação Nacional de Municípios Portugueses reage com "estupefação" às declaração da ministra da Administração Interna, que afirmou que os bombeiros sapadores estão dependentes das autarquias, e não do Estado. Os municípios lembram que só o Governo e a Assembleia da República têm poder para legislar.

"Não sabe o que diz": Rui Moreira acusa ministra de “desconhecimento” sobre sapadores

A ministra da Administração Interna defendeu, após o protesto dos bombeiros sapadores frente à Assembleia da República, que “o Estado não é patrão” destes profissionais e que eles estão dependentes das autarquias.

PSD pede negociações “recatadas” e avisa que “protestos excessivos” geram “antipatia”

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O PSD classifica os protestos dos bombeiros sapadores como “excessivos” e diz que podem até criar “antipatia” para com estes profissionais.

Em declarações aos jornalistas, esta tarde, na Assembleia da República, o líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, reagiu à manifestação protagonizada pelos sapadores junto à escadaria do Parlamento.

“Aos olhos de todos fica à vista que foram excessivos na forma como subiram a escadaria”, declarou o líder da bancada social-democrata.

Para Hugo Soares, manifestações que procuram “demonstrar uma certa força” são “desnecessárias” e até “criam antipatia". O líder parlamentar do PSD disse mesmo esperar que situações como esta não levem os portugueses a perder o “respeito” pelos bombeiros.

Em relação às reivindicações apresentadas pelos sapadores, Hugo Soares sublinhou que estão em curso negociações com os mesmos responsáveis pela organização destes protestos.

Hugo Soares insistiu que o Governo “está a dialogar para resolver problemas que têm origem há muitos anos”. Apesar de afirmar não querer “partidarizar” a questão, apontou o dedo à inação do anterior executivo do PS. “O que foi feito nos últimos oito anos para o problema ser resolvido?”, questionou.

“É preciso tempo para poder resolver tudo, mas o Governo está a fazê-lo”, assegurou o líder parlamentar do PSD, sublinhando, contudo, que as negociações “devem ser feitas de forma pacifica, recatada”. Só assim, garante, será possível “cumprir reivindicações legitimas” que estão na origem das manifestações.

Idade da reforma: “É do interesse de todos evitar que bombeiros de 60 anos morram nas operações"

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Rui Tavares, do Livre, reconhece que há um problema de atratividade na carreira dos bombeiros sapadores e que estes profissionais também têm razão de queixa quanto às condições de trabalho que lhes são dadas.

Em declarações aos jornalistas, esta tarde, na Assembleia da República, Rui Tavares destacou a questão da idade da reforma dos sapadores (que, há cinco anos, foi aumentada dos 50 para os 60 anos).

“É do interesse de todos evitar que possa acontecer o que recentemente, infelizmente, vimos: bombeiros de 60 anos nas operações - quando já deveriam estar mais recuados ou aposentados - morrerem de morte súbita”, declarou o líder do Livre, evocando os acontecimentos dos últimos grandes incêndios no Centro e no Norte do país, em setembro.

Protesto desmobilizado

Os bombeiros sapadores já abandonaram a escadaria da Assembleia da República. As baias de segurança que foram deitadas abaixo pelos sapadores estão agora a ser repostas pelos próprios, que terminam o protesto com um aplauso aos profissionais da Polícia de Segurança Pública que estavam no local para pôr ordem na manifestação.

Nesta altura, os profissionais que vieram de outras partes do país seguiram para os autocarros, que vão transportá-los de volta aos pontos de origem.