Portugal tem vindo a registar novos máximos de casos provocados pela covid-19 a um ritmo rápido, mas ainda é incerto determinar quando é que o pico será atingido. Tiago Correia considera que esta imprecisão se deve à “cadeia de transmissão da Ómicron”. Para além disso, a preocupação não deve cair sobre a altura do ponto máximo de contágio, mas sim, sobre o nível de procura de cuidados de saúde nesse período.
As elevadas infeções pelo novo coronavírus podem estar associadas a uma sublinhagem BA2 da variante Ómicron. O especialista em Saúde Pública, professor do Instituto de Higiene e Medicina Tropical e comentador da SIC considera que o reforço de vacinação pode ser “um travão” a esse aumento, mas é “praticamente impossível fazer diferente”.
Portugal apresenta uma das maiores taxas de vacinação anti-covid-19 do mundo e as doses de reforço segue a bom ritmo. Contudo, nesta fase, é importante “estarmos atentos” para “não comprometer a prestação de cuidados de saúde”.
Por enquanto, Tiago Correia evidencia que o número de internamentos em UCI é, neste momento, um indicador estável/moderado.
A OMS sugere que a variante Ómicron poderá estar na origem de um possível fim da pandemia na Europa. Tiago Correia aponta que “esse pode ser o caminho”, isto porque esta nova variante apresenta “características que fazem parecer que podemos passar de pandemia para endemia”. Contudo, não existe uma “fronteira clara” que distinga estes dois cenários.
“Acredito que passado esta vaga, no hemisfério norte, em concreto na Europa, obviamente a este ritmo de transmissão, a grande maioria da população ou está vacinada ou então teve em contacto com o vírus.”
Os desiguais acessos à vacinação contra a covid-19 e os diferentes quadros epidemiológicos verificados noutros continentes podem ser uma “ameaça”, devido ao aparecimento de novas variantes.
SAIBA MAIS
- Covid-19: OMS admite que pandemia pode terminar em breve na Europa
- Pandemia “está longe de acabar” e novas variantes podem surgir, avisa OMS
- Vacina contra a covid-19 mostra forte eficácia contra casos graves de Ómicron
- Covid-19: riscos da Ómicron são 50% a 60% inferiores aos da variante Delta
- Covid-19: Ómicron com prevalência de 93% e detetada outra linhagem em Portugal