A Academia dos Óscares pediu desculpa à atriz e ativista Sacheen Littlefeather, vaiada há quase 50 anos. Sacheen Littlefeather tinha recusado, em nome de Marlon Brando, o Óscar pelo papel em "O Padrinho".
Em 1973, Marlon Brando venceu o Óscar de "Melhor Ator" pelo papel como Vito Corleone em "O Padrinho". Em sua representação na cerimónia, pediu à atriz e ativista nativo-americana que fosse ao palco recusar a estatueta, em protesto pela forma como os nativos americanos eram retratados na indústria cinematográfica.
Sacheen Littlefeather começou a ler um discurso escrito por Marlon Brando. Falou apenas durante um minuto, sem tempo para acabar de o ler.
Apesar de alguns aplausos, foi apupada durante a gala. Algumas pessoas fizeram mesmo, segundo a atriz, um gesto ofensivo para os índios americanos. Foi também criticada por vários setores, incluindo o do cinema, depois do episódio.
O pedido de desculpas
49 anos depois, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas referiu que pediu desculpa à atriz pela forma como foi tratada no palco e anunciou um evento de "conversa, cura e celebração", no dia 17 de setembro, com atuações de artistas nativo-americanos.
A Academia recorda como a carreira da atriz foi "boicotada", depois do episódio na cerimónia, referindo ainda que foi "atacada, assediada pessoalmente e discriminada" nos últimos 50 anos.
Em comunicado, a Academia diz ainda que a atriz reagiu:
"Sobre o pedido de desculpas da Academia, nós índios somos pessoas muito pacientes — só passaram 50 anos!".