Leslie Feist anunciou que vai abandonar a digressão dos Arcade Fire após serem divulgadas acusações de assédio e abuso sexual contra o vocalista da banda canadiana, Win Buttler.
Feist era a cantora que ia abrir os concertos dos Arcade Fire na atual digressão europeia.
Numa mensagem partilhada nas redes sociais, Feist explica em detalhe as razões que a levaram a tomar a decisão.
"Estava num pub em Dublin, depois de ensaiar com a minha banda, quando li a mesma notícia que vocês", começa por escrever.
"Não tivemos tempo para nos prepararmos para o que aí vinha, muito menos para não atravessarmos o oceano. Isto tem sido incrivelmente difícil para mim e nem imagino para as pessoas que fizeram as acusações. Acima de tudo, quero que todos os afetados fiquem bem"
A cantora deixou ainda um esclarecimento. Feist diz que nunca esteve em palco a representar os Arcade Fire.
"Toco para a minha banda, para a minha equipa, para as nossas famílias e para as pessoas que pagam o dinheiro que tanto lhes custa a ganhar para partilhar connosco esta sinergia coletiva que é um concerto", afirmou.
Win Butler acusado de conduta seuxal imprópria por várias mulheres
Uma investigação da Pitchfork publicada na semana passada revelou quatro acusações contra Win Butler. O cantor de 42 anos diz que tudo foi consensual.
Os Arcade Fire estão em digressão pela Europa e têm dois concertos marcados para o Campo Pequeno, em Lisboa, a 22 e 23 de setembro. Feist era a artista da primeira parte do espetáculo.
Milhares de pessoas já pediram nas redes sociais para que a digressão seja cancelada.
Formados em 2001 e já com várias passagens por Portugal desde então, os Arcade Fire adquiriram projeção internacional com o disco "Funeral", de 2004, tendo recebido já nove nomeações para os Grammy, incluindo uma vitoriosa, por álbum do ano, com "The Suburbs", em 2010.
A banda é constituída por Win Butler e pela mulher, Régine Chassagne, para além de Jeremy Gara, Tim Kingsbury, Richard Reed Parry. Já este ano, o irmão de Butler, Will, abandonou o coletivo.