Com a morte da actriz inglesa Angela Lansbury (no dia 11 de outubro, em Los Angeles, contava 96 anos), desapareceu uma das figuras mais queridas do imaginário dos estúdios Disney.
É verdade que, para muitos espectadores, ela será antes do mais a Jessica Fletcher da série televisiva "Crime, Disse Ela" (1984-1996); mas não é menos verdade que foi no universo Disney que interpretou algumas das suas personagens mais originais, incluindo Mrs. Potts, o bule de chá de "A Bela e o Monstro" (1991).
Vale a pena, por isso, ver ou rever aquele que foi um dos derradeiros títulos em que trabalhou, precisamente com chancela Disney: "O Regresso de Mary Poppins" (2018), uma realização de Rob Marshall que retoma a personagem criada pela escritora britânica P. L. Travers, no cinema celebrizada por Julie Andrews no original "Mary Poppins" (1964), de Robert Stevenson — desta vez, a ama com poderes mágicos é interpretada por Emily Blunt.
Tirando partido das mais modernas técnicas de efeitos visuais, esta nova aventura de Mary Poppins relança o espírito do primeiro filme, afinal recriando também uma matriz narrativa — a odisseia, entre drama e comédia, de uma família — central no universo de espectáculo concebido por Walt Disney (o filme de 1964 foi um dos derradeiros cuja produção ele acompanhou, vindo a falecer dois anos mais tarde).
Em "O Regresso de Mary Poppins", Angela Lansbury tem um papel muito breve, mas simbolicamente importante: descobrimo-la como a "Senhora dos Balões" que podemos recordar no video aqui em baixo — é ela que, por assim dizer, lança o final do filme, com a canção "Nowhere to Go But Up", anunciando a possibilidade da magia para lá das aparências do quotidiano.