A Adidas vai despedir 300 trabalhadores do centro de serviços da Maia. O trabalho passa a ser feito em países onde os salários são mais baixos. A multinacional alemã não esclarece se os trabalhadores vão ser indemnizados e compromete-se apenas com uma solução justa.
A decisão apanhou toda a gente de surpresa. Os trabalhadores não percebem como pode uma empresa bem sucedida dispensar três centenas de funcionários altamente qualificados, numa altura em que continua a contratar para o centro de serviços da Maia.
A Adidas justifica a decisão com "mudanças na estrutura organizacional da empresa". Vai deslocar serviços para fora de Portugal.
A Adidas instalou-se no parque tecnológico da Maia em 2009 com apenas 12 trabalhadores e foi crescendo ao ponto de, há dois anos, ter inaugurado o novo quartel general com capacidade para cerca de 750 postos de trabalho.
A Câmara da Maia garante não ter conhecimento da intenção da Adidas e diz que está ainda a tentar obter informações.
Para o PCP a decisão da multinacional alemã deixa um "rasto social profundamente negativo". Os comunistas questionam o Governo sobre apoios que a empresa recebeu e contrapartidas que estavam asseguradas pelo Estado português. Querem saber também o que vai fazer o executivo para apoiar os 300 trabalhadores que vão ser despedidos numa altura particularmente dificil de crise e inflação.
"São centenas de trabalhadores, altamente qualificados, que, sem que nada o fizesse prever, são atirados para o desemprego por uma multinacional", acrescenta o PCP.