O presidente executivo da Apple, Tim Cook, deverá receber menos 40% este ano em honorários, a seu pedido, segundo o Financial Times (FT) desta sexta-feira, 13 de janeiro. O líder da tecnológica norte-americana fabricante do iPhone solicitou a revisão do seu salário ao comité de remuneração, que inclui pacotes de ações da empresa, depois de uma queda significativa do apoio dos acionistas aos níveis remuneratórios praticados.
No ano passado, 64% dos acionistas da Apple aprovaram a remuneração dos cargos de topo para 2023, mas foi registada ainda assim uma queda substancial face aos “níveis muito superiores de apoio acionista de vários anos”, segundo nota da tecnológica aos reguladores, citada pelo FT. E os acionistas que votaram contra fizeram-no declaradamente devido aos pacotes remuneratórios dos últimos dois anos de Tim Cook, acrescenta.
A Apple ressalvou, porém, que isto não significa a perda de apoio dos acionistas em relação à liderança de Cook, à frente da Apple desde 2011.
Assim, face aos 84 milhões de dólares (78 milhões de euros) de remuneração em 2022, Tim Cook deverá auferir perto de 49 milhões de dólares (45 milhões de euros) este ano.
O salário base de 3 milhões de dólares (2,8 milhões de euros) não muda nem o potencial bónus, de perto de 6 milhões de dólares (5,6 milhões de euros) que poderá receber em 2023. O que muda, segundo o FT, é a dimensão do pacote de ações, cujo valor deverá cair para os 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) face a 75 milhões de dólares (70 milhões de euros).
Segundo o FT, os acionistas críticos querem alinhar os incentivos de Cook - que tem uma fortuna avaliada em 1,7 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros) - com o desenvolvimento da empresa. O que resultou num aumento da percentagem da remuneração em ações indexadas ao crescimento para os 75% do pacote remuneratório, face a 50% em 2022.