As notas de 10 euros foram as mais apreendidas no ano passado em Portugal, contrariando a tendência de anos anteriores, em que as de 20 euros eram as mais contrafeitas e retiradas de circulação. Na zona euro, as notas de 20 e 50 euros continuaram a ser as mais falsificadas.
O aumento da contrafação do número de notas de 10 euros foi limitado (6%), mas houve uma descida de 22% das notas de 20 euros apreendidas, o que explica o novo lugar no pódio das notas de mais baixo valor apanhadas pelas autoridades, de acordo com os dados divulgados esta segunda-feira, 30 de janeiro, pelo Banco de Portugal.
Já olhando para as maiores denominações, houve uma duplicação das notas falsas detetadas com as denominações mais elevadas (100, 200 e 500 euros).
Ao todo, “o número de contrafações apreendidas na circulação em 2022 diminuiu 1% relativamente a 2021”. “Foram apreendidas 10 732 contrafações, o que representa 2,86% do total das apreensões no Eurosistema”, indica a autoridade nacional, referindo-se às 376 mil notas falsas de euro detetadas e reportadas pelo Banco Central Europeu. Já em valor houve uma subida.
No comunicado que publicou, o Banco de Portugal lembra que “uma contrafação não é reembolsada, o que implica um prejuízo para a pessoa que a recebe”.
Quer isto dizer que foram apreendidas notas falsas que teriam um valor de 468 mil euros, e que afinal não tinha valor monetário nenhum. Um número que, apesar da descida das notas detetadas, superou os 328 mil euros que resultavam das contrafações que tinham sido retiradas de circulação em 2021, já que as notas com maior denominação foram mais apreendidas.
Aumento de notas falsas na zona euro
A nível europeu, os números de contrafações subiram 8,4% face a 2021, o que o Banco Central Europeu, num outro comunicado, justifica com a recuperação da atividade económica em 2022 depois da paralisação ditada pela luta contra a covid-19. Tanto a entidade sediada em Frankfurt como o Banco de Portugal sublinham que a “quantidade de contrafações detetadas é residual quando comparada com o total de notas em circulação”, que quase atingem as 30 mil milhões.
A esmagadora maioria (96,6%) das notas falsas foram encontradas em países da zona euro, ao passo que 2,7% foram detetadas em países da União Europeia que não pertencem à moeda única; 0,7% foi a fatia que foi apanhada noutras partes do mundo.
Detetar notas falsas
Em Portugal, há um laboratório no complexo do Banco de Portugal do Carregado para, com o auxílio de luzes ultravioletas ou microscópios, poder confirmar a contrafação de notas suspeitas.
Para impedir a contrafação, as notas de euro incorporam elementos de segurança para que o cidadão comum as detete e não seja penalizado (dado o não reembolso). As autoridades monetárias do euro acreditam que tais elementos são visíveis para o cidadão comum, sem ser preciso equipamentos como microscópios ou infravermelhos.
“Basta tocar, observar e inclinar a nota (metodologia Tocar-Observar-Inclinar)”, sinaliza o Banco de Portugal, que tem um conjunto de dicas para se detetar, como a textura da nota, as marcas de água e os hologramas visíveis ao inclinar a nota.