Economia

Lucros agregados dos cinco maiores bancos em Portugal aumentaram 54% no 1.º trimestre

Lucros agregados dos cinco maiores bancos em Portugal aumentaram 54% no 1.º trimestre
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Este ano os lucros dos bancos estão a ser beneficiados pelas altas taxas de juro nos empréstimos e lenta subida das taxas de juro nos depósitos, o que tem beneficiado a margem financeira.

Os lucros agregados dos cinco maiores bancos que operam em Portugal aumentaram 54% para 919,3 milhões de euros no primeiro trimestre, segundo contas da Lusa, um resultado beneficiado pelo aumento das taxas de juro nos créditos.

Na segunda-feira, o BCP foi o último dos grandes bancos a apresentar resultados, tendo tido lucros de 215 milhões de euros, mais 90% face ao primeiro trimestre de 2022.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) teve lucros de 285 milhões de euros no primeiro trimestre, quase o dobro dos 146 milhões de euros dos primeiros três meses de 2022. A ajudar os lucros do banco público esteve a margem financeira consolidada, que mais do que duplicou para 611 milhões de euros.

Já o Novo Banco teve lucros de 148,4 milhões de euros entre janeiro e março, mais 4% face ao mesmo trimestre de 2022. A margem financeira cresceu 85% para 246,3 milhões de euros.

O Santander Totta teve lucros de 185,9 milhões de euros, mais 19,6%, com a margem financeira a crescer 38,1% para 267,7 milhões de euros.

Por fim, o BPI teve lucros consolidados de 85 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 75%, tendo a margem financeira subido 82% para 203 milhões de euros.

Este ano os lucros dos bancos estão a ser beneficiados pelas altas taxas de juro nos empréstimos e lenta subida das taxas de juro nos depósitos, o que tem beneficiado a margem financeira, já que esta é a diferença dos juros cobrados pelos bancos nos créditos e os juros pagos pelos bancos nos depósitos.

Desde que o Banco Central Europeu (BCE) começou a subir as taxas de juro diretoras em meados de 2022, para combater a inflação, que isso tem tido impacto no aumento dos créditos dos clientes bancários indexados a taxa de juro variável (sobretudo Euribor).

Os presidentes dos principais bancos têm considerado que o aumento das taxas trata-se da "normalização da política monetária", depois de nos últimos anos as taxas terem estado muito baixas, mas ao mesmo tempo os bancos também têm tomado medidas para reestruturação dos créditos de clientes em dificuldades (no âmbito ou não do decreto-lei do Governo) para que não entrem em incumprimento.

Principais bancos reduziram 510 trabalhadores no último ano

Os cinco principais bancos sediados em Portugal reduziram no primeiro trimestre, em termos homólogos, um total de 510 trabalhadores, baixando, também, a sua estrutura em 91 pontos de atendimento, segundo um levantamento feito pela Lusa.

A Caixa Geral de Depósitos foi, entre as instituições financeiras analisadas, a que mais reduziu o seu número de trabalhadores, terminando o primeiro trimestre do ano com 5.787 funcionários, menos 298 do que em março do ano passado.

Por sua vez, o número de balcões do banco público recuou em 27 para 515.

O Santander Totta perdeu 44 trabalhadores entre 01 de abril de 2022 e 31 de março deste ano, recuando para 4.677 colaboradores. A sua rede baixou em 10, para 334 agências.

O BPI viu o seu número de trabalhadores a baixar em 100, para 4.386, enquanto o número de balcões recuou em 22, para 319.

O Novo Banco reduziu no ano terminado em 31 de março 77 colaboradores e fechou 19 agências, concluindo o período em análise com 4.105 trabalhadores e 292 balcões.

O BCP, o que apresenta o maior número de trabalhadores, fechou o primeiro trimestre com 6.273 funcionários, ganhando nove elementos na sua força de trabalho nos últimos 12 meses. No entanto, o número de sucursais do banco baixou em 13, para 408.

Em 31 de março, os cinco bancos em análise totalizavam 25.228 trabalhadores e 1.868 balcões, contra 25.738 funcionários e 1.959 agências no período homólogo.

Em cadeia, e face a 31 de dezembro de 2022, CGD e BPI registaram uma força de trabalho inferior, perdendo 50 e 18 trabalhadores, respetivamente, enquanto Santander Totta, BCP e Novo Banco fecharam o trimestre com mais 33, 21 e 15 funcionários, cada.

Em termos de postos de atendimento, o BPI tem menos seis agências e o Santander Totta cinco face ao final de 2022, enquanto Novo Banco, BCP e CGD mantiveram o número de locais de atendimento.

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