A multinacional Unilever, dona de várias marcas, entre as quais a Olá, quer aumentar as margens de lucro e, nesse sentido, vai separar a sua unidade de gelados após as vendas não corresponderem ao previsto. A empresa prevê também despedir 7.500 funcionários.
Depois de ver os lucros caírem 15% no ano passado, a Unilever decidiu impulsionar o desempenho através de um plano estratégico, divulgado em outubro do 2023. Para atingir esse objetivo, o CEO da empresa, Hein Schumacher, tomou "medidas decisivas".
Uma das medidas passa pelo foco nas marcas mais rentáveis e, em sentido inverso, na separação das menos rentáveis. Segundo a Reuters, o grupo pretende focar-se em apenas 30 marcas, que representam 70% das receitas, e aponta para um crescimento orgânico de 3 a 5%.
Como consequência desta medida, a unidade de gelados, da qual fazem parte as marcas Magnum, Cornetto e Bern & Jerry`s, vai ser separada por não ser considerada rentável para a empresa.
“Uma divisão” da unidade de gelados com uma cotação separada na bolsa de valores “é a via de separação mais provável”, mas “outras opções serão consideradas a fim de maximizar os retornos para os acionistas”, afirmou a Unilever, em comunicado.
Esta informação agradou aos mercados acionistas, com os analistas a anteciparem subidas de 5% nas ações.
A Unilever justifica esta separação das marcas de gelados com o facto de ser um negócio principalmente sazonal e devido à falta de sobreposição nas cadeias de abastecimento com as restantes marcas da empresa, entre elas a Dove, Axe e Knorr.
“Sempre pareceu desalinhado em relação a outras linhas de produtos, apresentando um mau desempenho nos tempos mais recentes”, diz Matt Britzman, analista da Hargreaves Lansdown.
Com a promessa do CEO de garantir uma melhoria financeira do grupo, a Unilever vai executar um programa de redução de custos que visa poupar cerca de 800 milhões de euros nos próximos três anos.
O CEO acrescenta que a reestruturação “deverá ter impacto em cerca de 7.500 trabalhadores” em todo o mundo, o que corresponde a cerca de 6% dos funcionários.
A operação já está em curso e deverá ficar concluída até ao final de 2025.
