Skip to content
  • SIC
  • Opto SIC
  • SIC Notícias
  • Famashow
  • Expresso
SIC Notícias

Os seus olhos no mundo e no futuro
Site provisório

SIC Notícias

Vídeos, Última Hora, Portugal e Mundo ao minuto

Menu
  • Direto
  • País
  • Mundo
  • Economia
  • Desporto
  • Cultura
  • Opinião
  • Conflito Rússia-Ucrânia
  • Oceanos
  • Programas
  • Podcasts
  • Web Stories
Menu
Casa e dinheiro
Economia, País

Prazos mais curtos, preços altos e rendimentos baixos: as condições em que os jovens tentam comprar casa

Comprar casa em Portugal é um desafio cada vez maior para os jovens. A partir de abril, a redução dos prazos para o crédito à habitação vai acentuar ainda mais essa dificuldade. A SIC Notícias falou com três jovens acima dos 30 anos que ainda procuram habitação própria e ouviu um especialista em crédito à habitação que explica o porquê deste cenário e deixa dicas importantes para quem quer comprar casa.

08:52 7 Março, 2022 16:32 1 Abril, 2022 | Bárbara Ferreira

Em Portugal, compra-se casa cada vez mais tarde. Se há 30 anos alguém com um emprego estável conseguia, sem grandes dificuldades, o acesso a um crédito habitação para a compra da primeira casa, nos dias de hoje já não é bem assim.

São vários os fatores que contribuem para esta mudança.

Porque é que os jovens compram casa em Portugal cada vez mais tarde?

O preço das casas subiu (não há previsão de uma descida), os jovens adultos não conseguem vínculos laborais estáveis e os rendimentos que auferem são baixos.

Tudo isto somado faz com que a compra da primeira casa aconteça cada vez mais tarde. E muitos são obrigados a viver em casas alugadas durante anos, com rendas igualmente altas.

Nuno Rico, economista e especialista em crédito habitação da Deco Proteste, aponta três razões principais para os jovens não conseguirem comprar casa em Portugal:

  • Rendimentos baixos;
  • Vínculos laborais precários;
  • Preços elevados do mercado imobiliário.
Créditos: Getty Images

“O contexto socioeconómico que temos vindo a viver nas últimas duas décadas tem dificultado muito o acesso dos jovens ao crédito habitação”, começa por dizer.

Em entrevista à SIC Notícias, Nuno Rico sublinha que o rendimento dos mais jovens é “relativamente mais baixo” em comparação com os rendimentos de “pessoas um pouco mais velhas”.

“Hoje em dia temos uma população jovem muito mais qualificada do que tínhamos há uns anos, mas isso não se traduziu numa subida muito significativa dos salários“, aponta.

“Equação quase impossível”

Há ainda, como já foi referido, um fator importante que dificulta a compra de casa: os preços elevados do mercado imobiliário.

O economista refere que Portugal tem os preços médios por m2 mais elevados da Europa e os salários médios mais baixos.

“Temos aqui uma equação quase impossível. Como é que com os nossos salários médios conseguimos acompanhar esta crescente dos últimos sete, oito anos? Nos grandes centros urbanos, eu diria que é quase impossível para a larga maioria dos jovens comprar casa“, afirma.

Os novos prazos dos créditos à habitação

A acrescentar a estes fatores, surge ainda uma nova variante que veio dificultar ainda mais as contas de muitos jovens e que está relacionada com os prazos dos créditos à habitação.

Em julho de 2018, o Banco de Portugal (BdP) introduziu recomendações para a concessão de crédito à habitação e consumo para evitar situações de incumprimento e problemas relativamente ao rendimento disponível.

Nessa altura, o supervisor determinou várias recomendações, incluindo a convergência do prazo máximo de 40 anos para uma convergência média de 30 anos nos novos contratos de crédito à habitação que é ajustada à idade dos clientes.

A medida entra em vigor no dia 1 de abril.

Créditos: Getty Images

“A maturidade máxima destes créditos deve ser de 40 anos, para mutuários com idade inferior ou igual a 30 anos. De 37 anos de prazo para mutuários com idade superior a 30 anos e inferior ou igual a 35 anos, e uma maturidade de 35 anos, para mutuários com idade superior a 35 anos”, lê-se no comunicado do Banco de Portugal.

O especialista em crédito à habitação, Nuno Rico, considera que esta alteração dos prazos “é um acréscimo de dificuldades”.

O que dizem os jovens

A SIC Notícias falou com jovens entre os 30 e os 33 anos que ainda não conseguiram comprar casa.

Ana Sousa, 32 anos, gestora de redes sociais

Ana e o namorado estão à procura de casa para comprar há aproximadamente dois anos. Ambos têm vínculos laborais estáveis e rendimentos razoáveis. Neste caso específico, ainda não conseguiram comprar casa por causa dos preços.

A viverem num T1 alugado, em Lisboa, é neste concelho que pretendem comprar casa, não só por já estarem habituados a viver na capital, mas também porque é onde trabalham.

No entanto, os novos prazos que entram em vigor em abril já fizeram com que o casal ponderasse se quer mesmo ficar em Lisboa ou noutras zonas, nos arredores da capital.

“Atualmente, comprar casa em Lisboa parece um sonho, uma miragem“, diz a gestora de redes sociais em declarações à SIC Notícias.

Créditos: Getty Images

O facto de ainda não ter conseguido comprar faz com que Ana deixe em standby alguns projetos de vida.

“Uma pessoa nem pode pensar em ter filhos a viver num T1”, lamenta.

“A idade vai passando e com estas alterações nos prazos pior ainda. O tempo, que já era escasso para quem quer iniciar uma família, ficou ainda mais curto. E a frustração é maior.”

“Estamos todos à espera que a bolha imobiliária rebente, mas sinceramente acho que isso só vai acontecer daqui a muito tempo”, afirma.

Ana confessa que as novas regras do Banco de Portugal fizeram com que a procura de casa se tornasse mais intensa. “Agora temos de tomar uma decisão num curto espaço de tempo: ou deitamos a toalha ao chão, ou compramos uma casa numa zona que não gostamos muito”.

Duarte Silva, 30 anos, gestor de projetos de inovação e estratégia

Duarte procurou casa durante um ano e meio. O preço das casas em Lisboa fez com que desistisse, uma vez que não tinha nem os 10% do valor do imóvel que são exigidos para quem recorre ao crédito à habitação.

Apesar de ter um trabalho onde conseguia obter bons rendimentos, não foi suficiente para investir em Portugal. Duarte acabou por emigrar para a Suíça em novembro de 2021.

“Comprar casa aqui não está nos planos. Não sei por quanto tempo é que vou ficar, mas a ideia era juntar algum capital que me permitisse investir em Portugal“, conta.

Créditos: Getty Images

O gestor de projetos de inovação e estratégia não recebeu com agrado a notícia dos novos prazos do crédito à habitação.

“Esta alteração obriga a que tenhamos uma prestação mais alta e provavelmente também representará uma taxa de esforço superior junto dos bancos”, afirma à SIC Notícias.

Duarte tinha esperança que as recomendações do BdP não avançassem.

Rita Ramos, 33 anos, pasteleira

A primeira vez que Rita e o marido procuraram casa para comprar foi há 10 anos. Como tinham entrado no mercado de trabalho há pouco tempo, as poupanças eram escassas. E, na altura, os bancos pediam um fiador.

“As únicas pessoas que nos podiam ajudar eram os nossos avós, mas já não tinham idade para serem fiadores de uma casa”, começa por dizer à SIC Notícias.

O tempo foi passando, os vínculos laborais não melhoraram e o casal vive até hoje numa casa alugada com os quatro filhos, com idades entre os três e os onze anos.

“Não pude escolher onde moro, tenho de morar longe das escolas e sem carta de condução é muito difícil deslocar-me com as crianças”, afirma.

Rita trabalha por conta própria e o vencimento varia de mês para mês, uma vez que depende do número de encomendas que recebe. Já o marido recebe o salário mínimo.

“Entre pagar água, luz, gás, comida e a renda, que são 500 euros, não nos sobra muita coisa. Gostava muito de ter a minha casa, mas infelizmente ainda não consegui devido a esta situação”, conta.

Créditos: Getty Images

A incerteza sobre o futuro afeta de forma significativa a estabilidade familiar e emocional.

“Tenho de me sujeitar à casa que está disponível no mercado de arrendamento e, no nosso caso, apesar de vivermos num T3, é uma casa pequena para seis pessoas”, conta.

Uma vez que Rita tem 33 anos, se hoje fosse pedir um crédito à habitação, teria de o pagar, no máximo, em 37 anos.

“Esses três anos vão fazer toda a diferença. É uma medida que me afeta no sentido em que teria de pagar uma prestação mais alta”, diz.

Está a pensar comprar casa? Estas dicas são para si

O economista Nuno Rico enumera algumas dicas importantes para quem quer comprar casa. E atenção porque estes conselhos são direcionados para todas as faixas etárias.

– Verificar se a compra do imóvel é a melhor opção

Isto é, se estiver numa situação de pouca estabilidade a nível laboral e se a intenção não for manter-se naquela cidade/concelho nos próximos cinco, dez anos, a compra não deverá ser a melhor opção, principalmente “tendo em conta os preços muito elevados do imobiliário”, aponta.

– Verificar a estabilidade dos rendimentos

Nuno Rico relembrou que um crédito à habitação é um compromisso de aproximadamente 30 anos, que, no caso dos mais jovens, pode ir até aos 40 anos.

Nesse sentido, considera importante que os potenciais compradores façam uma avaliação dos seus rendimentos a longo prazo.

“Devem ponderar o seguinte: se eu não tiver estabilidade profissional, ou se houver uma oscilação nos rendimentos, ou ainda se os juros subirem de forma significativa, que impacto é que isso terá no orçamento familiar?”

Créditos: Getty Images

O economista considera que as pessoas devem preparar-se sempre para uma eventual oscilação, quer do rendimento, quer das prestações.

– Reduzir o prazo para pagar o crédito, de forma a que não ultrapasse a idade da reforma

Como? Em vez de fazer um contrato de crédito com a duração de 40 anos, tente fazer a 30 anos, desde que consiga suportar a prestação.

Para evitar dificuldades no futuro, Nuno Rico considera essencial que o crédito não “ultrapasse a idade prevista da reforma”, porque nessa altura os rendimentos sofrem uma queda brusca.

Caso contrário, “vamos estar durante 10 anos com consumidores com um encargo de um imóvel que já não tem o valor que tinha na altura”.

“Atualmente temos aproximadamente 40% dos contratos de crédito à habitação a terminar depois dos 70 anos, alguns deles inclusive a atingir os 80 anos“, remata.

Leia também:

  • Crédito à habitação vai ficar mais difícil para maiores de 30 anos
  • Juros à habitação devem subir ainda este ano
  • Crédito à habitação em função da idade: conheça a recomendação do Banco de Portugal

Share on Facebook
Facebook
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin
Email this to someone
email

Em Destaque

UH Última Hora
Conflito Rússia-Ucrânia,Mundo

Guerra na Ucrânia: míssil russo atinge centro comercial em Kremenchuk

15:36 27 Junho, 2022 16:03 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
Conflito Rússia-Ucrânia,Mundo

NATO vai reforçar tropas no leste europeu e definir Rússia como principal ameaça

13:47 27 Junho, 2022 15:43 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
Conflito Rússia-Ucrânia,Economia,Mundo

Pela primeira vez em 100 anos Rússia não cumpre prazos para o pagamento dos juros da dívida

09:22 27 Junho, 2022 15:43 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
País

Morte de criança em Setúbal: suspeitos terão tentado apagar vestígios do crime

15:15 27 Junho, 2022 15:26 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
País

Pais do agente Fábio Guerra vão receber uma indemnização de 176 mil euros

14:34 27 Junho, 2022 14:41 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
Economia

Orçamento do Estado entra em vigor amanhã

15:11 27 Junho, 2022 15:44 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
Médico
País

Mais de 20 médicos suspeitos de falsificarem presenças

13:34 27 Junho, 2022 14:07 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
País,Varíola dos macacos

Varíola dos macacos: número de casos sobe e já há em todas as regiões do país

13:43 27 Junho, 2022 14:11 27 Junho, 2022 | Lusa
Mundo,Oceanos,País

Marcelo defende que pandemia e guerra não podem ser desculpa para esquecer desafios estruturais

12:09 27 Junho, 2022 13:13 27 Junho, 2022 | Lusa e SIC Notícias
Mundo,Oceanos,Olhares pelo Mundo,País

Sereias do Extinction Rebellion manifestam-se no Cais das Colunas pela proteção dos oceanos

13:33 27 Junho, 2022 15:05 27 Junho, 2022 | SIC Notícias
País,Saúde Mental

“Nós não somos feitos para trabalhar, mas para viver”

09:30 27 Junho, 2022 14:09 27 Junho, 2022 | Catarina Neves
Oceanos,País

O que se comia na praia nos anos 80? Casal encontrou lixo com 40 anos em Peniche

08:39 27 Junho, 2022 09:57 27 Junho, 2022 | Rita Rogado

Últimas

  • Museu do Tramagal preserva memória de uma das maiores fábricas de metalurgia do país
  • Serra da Estrela: lã de ovelhas bordaleiras dá origem a almofadas de luxo
  • Arranque da nova temporada no Sporting marcado por ausências
  • Bairro da Beira Mar e marginal de São Jacinto, em Aveiro, sem carros ao fim de semana
  • I Liga: Rio Ave inicia trabalhos de pré-época

Web Stories

  • Alzheimer: o que pode fazer para diminuir o risco de desenvolver este tipo de demência
    Alzheimer: o que pode fazer para diminuir o risco de desenvolver este tipo de demência
  • Guerra ao plástico: 15 dicas para mudar de hábitos
    Guerra ao plástico: 15 dicas para mudar de hábitos
  • Há relação entre ansiedade e depressão?
    Há relação entre ansiedade e depressão?
  • Crise alimentar: 8 milhões de crianças estão em risco de vida, alerta a Unicef
    Crise alimentar: 8 milhões de crianças estão em risco de vida, alerta a Unicef
  • Sabia que fazer xixi no chuveiro pode ajudar a poupar muita água?
    Sabia que fazer xixi no chuveiro pode ajudar a poupar muita água?

Opinião

  • “Malditas Segundas-feiras”: a cimeira do G7 e a falta de médicos nas urgências dos hospitais
    “Malditas Segundas-feiras”: a cimeira do G7 e a falta de médicos nas urgências dos hospitais
  • Marques Mendes sobre a TAP: “Estão a abusar, se houver uma greve é quase escandalosa” 
    Marques Mendes sobre a TAP: “Estão a abusar, se houver uma greve é quase escandalosa” 
  • Ana Gomes: Supremo dos EUA rasga país ao meio
    Ana Gomes: Supremo dos EUA rasga país ao meio
  • Marques Mendes: “É revoltante que esta criança tenha sido usada como moeda de troca”
    Marques Mendes: “É revoltante que esta criança tenha sido usada como moeda de troca”
  • Leste/Oeste: a perda do Donbass
    Leste/Oeste: a perda do Donbass

Conteúdos patrocinados

  • Prémio BPI “la Caixa” Infância – candidaturas 2022
    Prémio BPI “la Caixa” Infância – candidaturas 2022
  • Consultores Portugueses da Remax entre os 100 melhores do Mundo
    Consultores Portugueses da Remax entre os 100 melhores do Mundo
  • O caminho para futuros empreendedores
    O caminho para futuros empreendedores
  • Prémio BPI Fundação “la Caixa” Seniores – Candidaturas 2022
    Prémio BPI Fundação “la Caixa” Seniores – Candidaturas 2022
  • O serviço de embalagem e envio que faz mais pelo seu negócio
    O serviço de embalagem e envio que faz mais pelo seu negócio
  • País
  • Mundo
  • Economia
  • Desporto
  • Cultura
  • Saúde e Bem-Estar
  • Opinião
  • Programas
  • Podcasts
  • Tenho Cancro E Depois?
  • Janela de Esperança
  • Política de Privacidade
  • Termos e Condições
  • Política de Cookies
  • Estatuto Editorial
  • Contactos
Configurações de privacidade
©2022 SIC Notícias