O primeiro-ministro António Costa recusou pedir desculpa a David Neeleman, esta terça-feira, que o acusa de ter faltado à verdade.
O antigo acionista privado da TAP exigiu que o primeiro-ministro se retratasse. Neeleman diz que Costa “faltou à verdade” no debate com Rui Rio e acusa-o de ter feito declarações que afetaram o seu nome e reputação.
Numa nota enviada à Lusa, David Neeleman faz alguns esclarecimentos face ao que acusa de serem “afirmações falsas” sobre a sua pessoa por parte do líder do PS, António Costa, no debate para as próximas eleições legislativas com o candidato do PSD, em que – cita o empresário – o também primeiro-ministro disse que o Estado comprou a companhia “‘para prevenir precisamente que aquele privado que lá estava e que não merecia confiança, não daria cabo da TAP no dia em que fosse à falência’”.
O empresário afirma que, “desde o início” da sua carreira, teve “a oportunidade de criar cinco empresas de aviação em diferentes países como os Estados Unidos da América, Canadá e Brasil” e que, “apesar de nos dois últimos anos a indústria da aviação ter passado pela sua maior crise de sempre [devido à pandemia de covid-19], nenhuma dessas empresas foi à falência nem foi sujeita a qualquer tipo de intervenção similar até à presente data”.
As declarações de Costa
Num frente a frente entre o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, e o presidente do PSD, Rui Rio, moderado e transmitido pela RTP, SIC e TVI a 13 de janeiro, no âmbito da pré-campanha para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro, António Costa – desafiado a garantir que o Estado não vai colocar mais dinheiro na TAP, para lá dos três mil milhões de euros já injetados – disse que, se o Estado não tivesse readquirido 50% do capital da transportadora aérea nacional, a TAP teria “ido para o buraco” quando as várias empresas do acionista privado David Neeleman foram à falência.
“Comprámos [a TAP] para prevenir precisamente que aquele privado que lá estava e que não merecia confiança, não daria cabo da TAP no dia em que fosse à falência. Em 2020, as empresas do senhor Neeleman foram caindo em todo o mundo”, afirmou o primeiro-ministro.
“Ao contrário do que o Dr. António Costa disse nesse debate, todas as empresas de aviação que fundei foram e continuam a ser projetos de grande sucesso com valorizações consideráveis para os seus ‘stakeholders’, tendo demonstrado ser sustentáveis e resilientes o suficiente para sobreviver neste cenário de crise”, reforça David Neeleman na mesma nota à Lusa.