A tendência de perda já vem desde a primeira semana de janeiro, mas esta segunda-feira está a acentuar-se com os índices em Nova Iorque todos no vermelho. Às 17:00, o índice tecnológico Nasdaq caía 3,6% e Dow Jones 2,4%. Também na Europa, as bolsas britânica e alemã tiveram perdas acentuadas, seguindo a mesma tendência de fecho das bolsas asiáticas.
José Gomes Ferreira considera que o que se está a passar é o “crash”, uma queda acentuada e estrutural das bolsas de todo o mundo.
“Não era mais possível ter um volume de valorização tão grande nas bolsas de todo o mundo (…) Durante mais de 15 anos, os bancos centrais foram emitindo dinheiro como a única resposta às várias crises que se sucederam, desde 2007/2008.”
Na SIC Notícias, fala da crise pandémica, que “foi combatida com uma emissão brutal de dinheiro novo, sobretudo pela FED e pelo BCE”.
“Isto, fatalmente, iria dar numa queda pronunciada das bolsas como acerto definitivo e não como uma correção que alguns analistas referem”.
José Gomes Ferreira afirma que a criação de moeda tem que corresponder “sempre” à criação de nova riqueza.
“O que aconteceu foi que, desde 2007 até agora, e sobretudo nos últimos dois anos, com a pandemia, os bancos centrais monetizaram tudo o que era nova dívida dos Estados, nomeadamente nos Estados Unidos e na Europa, e criaram muito mais moeda do que aquilo que é o crescimento da economia. Isto, fatalmente, leva sempre a movimentos de acertos.”
Explica ainda que o “desacerto” leva a inflação.