O DEBATE AO MINUTO
Serviço Nacional de Saúde
A saúde é a primeira temática em debate. António Costa começa por salientar que “há hoje mais 28 mil profissionais no SNS do que em 2015”. O primeiro-ministro volta a apontar ao objetivo de atribuir um médico de família a cada português, estabelecido em 2015: ““É um objetivo que vamos prosseguir”.
Francisco Rodrigues dos Santos começa por lembrar a coligação PSD-CDS liderada por Passos Coelho que, segundo o presidente do CDS, permitiram a António Costa “conseguir fazer algo que, se não fosse o saneamento das contas públicas, não havia dinheiro para pagar salários nem pensões”. No que respeita a médicos de família, Rodrigues dos Santos afirma que a “palavra dada não foi palavra honrada”.
O primeiro-ministro responde e afirma que “não é desnatando o SNS que temos uma saúde mais forte”. Costa reitera que a Lei de Bases da Saúde “estabeleceu um bom equilíbrio” naquilo que são as funções do Estado.
O líder do CDS reitera que o partido não desistiu do SNS e “não coloca a ideologia à frente das pessoas”. Diz ainda que o primeiro-ministro “sabe que há doentes que morreram porque não foram atendidos”.
Ensino
O ensino entra no debate. Rodrigues dos Santos volta a apontar o dedo a António Costa e defende que “só há ensino privado para quem consegue pagar”.
“Ninguém acabou com o ensino privado ou acabámos contratos de associação onde não havia oferta pública”, responde António Costa.
O primeiro-ministro associa o investimento feito no setor privado ao aumento do número de cirurgias, consultas e urgências em relação a 2019 e lembra “o reforço que foi feito”.
Rodrigues dos Santos reitera que “o que o CDS propõe é uma qualidade serviço que satisfaça os portugueses, independentemente do prestador de serviço”.
No que diz respeito à educação, o líder centrista diz que “a ideologia de género é uma porta aberta ao totalitarismo”.
“Procurei e nem em Cuba nem na Venezuela encontrei escolas que querem chumbar alunos com aproveitamento por exercício de liberdade dos pais de quererem educar os filhos”, diz Rodrigues dos Santos.
António Costa considera que os “valores da pluralidade do que é a família devem ser respeitados pela escola” e lembra que se assinalaram ontem 12 anos da aprovação parlamentar do casamento entre pessoas do mesmo sexo em Portugal.
““Para quem fala de liberdade também deve respeitar os outros de serem felizes como entenderem”, afirma Costa.
Na resposta, Rodrigues dos Santos acusa o candidato socialista de manter “um discurso prosaico de miss mundo e miss simpatia”.
“A partir do momento em que se teoriza acerca da sexualidade e se procura ministrar valores que não são técnico-científicos, as famílias têm a liberdade de determinar que a escola não possa transmiti-la aos seus filhos”, diz.
Costa pede que não se confundam “valores religiosos com os valores constitucionalmente consagrados”.
Impostos
Novo tema em cima da mesa, com o presidente do CDS a dizer que “Portugal não pode ser o país dos Web Summits e das fábricas de unicórnios e depois não criar condições para as empresas se fixarem cá”. Volta a insistir na descida do IRC e na imposição de um limite para a taxa sobre produtos petrolíferos.
“Sempre que a Direita falou em choque fiscal, a primeira coisa que fez foi aumentar impostos”, responde o primeiro-ministro, que garante que “a primeira coisa que o PS fará é aprovar o Orçamento [do Estado] que foi chumbado”.
Em relação ao OE 2022, Rodrigues dos Santos defende que o PS “podia e devia ter ido mais longe” e acusa Costa de ser “o primeiro-ministro do inverno demográfico em Portugal”, referindo que “nunca nasceram tão poucas pessoas em Portugal”.
“O CDS propõe que, a partir do segundo filho, as pessoas desçam um escalão. O PS propõe que a partir do segundo filho todas as famílias possam deduzir 900 euros na coleta do IRS. Mas, na proposta do CDS, as crianças valem mais consoante o escalão. Quem está num escalão mais alto, tem maior desconto”, diz Costa, que fala numa “visão de paraíso na Terra que não existe”.
Rodrigues dos Santos aponta para o objetivo de “inverter a pirâmide demográfica” e destaca que o “estímulo fiscal” é muito importante para aumentar a natalidade”.
O líder centrista cita o antigo Presidente dos EUA, Ronald Reagan: “O socialismo é um sistema que só funciona no céu, onde não é preciso, e no inferno, onde já existe”. Rodrigues dos Santos fecha o debate acusando Costa de ter “avariado o elevador social”.