Alterações Climáticas

Portugal entre os países que estão cada vez mais ameaçados pela falta de água

Portugal entre os países que estão cada vez mais ameaçados pela falta de água
CARLOS COSTA

O Relatório de Ameaças Ecológicas avisa para as consequências da "crescente degradação ecológica, inflação e guerra entre a Rússia e a Ucrânia".

Portugal está cada vez mais ameaçado pela falta de água e pela dependência de energia de países politicamente instáveis, avisa a edição deste ano do Relatório de Ameaças Ecológicas.

Publicado pelo Instituto de Economia e Paz, na Austrália, o estudo refere que, embora a África subsaariana seja a região mais exposta à escassez de água, países europeus como Albânia, Estónia, Grécia, Itália, Países Baixos e Portugal estão em risco de "sentir aumentos substanciais de pressão hídrica até 2040".

"A insegurança alimentar e a pressão hídrica estão interligados, uma vez que sem uma captação de água adequada é impossível fornecer alimentos suficientes", vincou.

Segundo o relatório, mais de 1.400 milhões de pessoas em 83 países sofrem de pressão hídrica extrema, incluindo 51 países da África-subsariana como Angola e Moçambique, mas também o Haiti, Iraque, Sudão, Iémen e Venezuela.

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Mais extração de combustíveis fósseis

Por outro lado, a invasão da Ucrânia pela Rússia levou países ocidentais a intensificarem o abastecimento de combustíveis fósseis junto de países como a Argélia, Marrocos, Líbia ou Nigéria, "mas isso comporta riscos", avisam os autores do relatório.

"A turbulência política nos países exportadores de energia com baixo índice de paz representa uma ameaça a curto e médio prazo para as nações desenvolvidas que dependem destas importações", explicam.

Japão, Coreia do Sul, Itália, Portugal, Espanha e Alemanha são alguns dos países mais vulneráveis.

Países com maior risco de conflito e agitação civil

O Relatório de Ameaças Ecológicas, produzido pelo Instituto de Economia e Paz (IEP), sediado na Austrália, analisou quais os países com maior risco de conflito, agitação civil e deslocamento de pessoas causado pela degradação ambiental e eventos relacionados com o clima.

Os investigadores examinaram 228 países e territórios para avaliar a capacidade de gerir estes desafios até 2050 e concluiu que 27 Estados, 23 dos quais em África e no Médio Oriente, estão num "ponto crítico".

Globalmente, o estudo revela que pelo menos 41 países enfrentam atualmente uma "grave insegurança alimentar", que se prevê que se deteriore devido à "crescente degradação ecológica, inflação e guerra entre a Rússia e a Ucrânia".

No geral, o relatório calculou que o número de pessoas subnutridas aumentou 35% em 2021 em todo o mundo para mais de 750 milhões e espera-se que continue a aumentar devido ao impacto do aquecimento global.

O fundador do IEP, Steve Killelea, urgiu os governos e agências internacionais a "investirem na construção de resiliência a longo prazo para evitar a futura destruição ecológica, migração forçada e conflitos".

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