Os hospitais em Madrid registaram um grande número de novos casos positivos de Covid-19 e o Governo regional recomendou, sem impor nenhuma obrigação, que os moradores das áreas mais afetadas pela pandemia fiquem em casa e limitem os convívios familiares.
O vice-ministro da Saúde Pública, Antonio Zapatero, anunciou que as áreas mais afetadas são: distrito de Carabanchel, Usera e Vallecas, bem como os municípios de Fuenlabrada, Parla, Móstoles e Leganés, no sul da região.
O mais preocupante é que a percentagem de testes de PCR feitos em doentes com resultados positivos disparou, indicando que a transmissão da SARS-CoV-2 está cada vez mais disseminada na comunidade.
“Um em cada cinco exames feitos nos grandes hospitais é positivo [20%], quando há apenas duas semanas era um quinto [4%]. A preocupação é máxima”, explica um alto funcionário da saúde que pede anonimato, avançou o jornal espanhol.
Os hospitais consultados pelo El País, corroboram a situação:
“São entre 25% e 30% das PCR realizadas".
"Temos 20,2% de casos positivos entre os pacientes que chegam ao hospital”, explica um porta-voz do hospital Gregorio Marañón.
Os chefes do serviço de microbiologia dos hospitais Ramón y Cajal e La Paz sim confirmaram que “cerca de 20% dos testes são positivos, com pequenas oscilações diárias, entre os pacientes que chegam ao pronto-socorro. Há duas semanas éramos cerca de 4%”, diz Rafael Cantón, de Ramón y Cajal.
Em La Paz, a percentagem de casos de positivos entre os pacientes que atendem o pronto-socorro é um pouco menor, 14%, mas o aumento na última quinzena foi mais importante: “Os casos positivos foram de 2% ou 3%”.
Situação em Madrid lembra a que viveu Barcelona há 40 dias
No dia 12 de julho, depois de uma repercussão nos dias anteriores, a chefe do serviço de Medicina Preventiva do Hospital Vall d'Hebron, Magda Campins, lançou os dados oficiais que comprovavam a má evolução da situação epidemiológica de Barcelona.
As percentagens contabilizadas há 40 dias em Barcelona correspondem agora às atuais percentagens registadas pelos hospitais de Madrid.
A Generalidade da Catalunha acabou por impor restrições a grande parte da área metropolitana de Barcelona, como a proibição de reuniões sociais com mais de dez pessoas.
Essas medidas conseguiram, até agora, conter, embora não reduzir significativamente, a circulação do vírus.