Mais de 10.000 pessoas manifestaram-se em Paris, Marselha, Bordéus ou Toulouse "pelo emprego e pela dignidade", em protesto contra os despedimentos e cortes salariais, enquanto se multiplicam as recentes restruturações e planos sociais.
Em Paris, pelo menos 10.000 manifestantes marcharam, com máscaras, entre a Praça da República e a da Nação, enquadrados por um imponente contingente policial, segundo os dados dos organizadores.
Na teoria, as manifestações não deveriam ultrapassar o limite das 5.000 pessoas para evitar a propagação da covid-19, mas a polícia fez vista grossa.
Jovens e estudantes estiveram presentes em grande número na manifestação parisiense, a convite de várias associações de estudantes.
"Há muita raiva e, ao mesmo tempo, o clima é de ansiedade", explicou o chefe da CGT, Philippe Martinez, usando uma máscara branca com o nome do sindicato.
Multiplicaram-se os cortes de empregos
Nas últimas semanas, multiplicaram-se os anúncios de planos sociais ou reestruturações: da marca de móveis Alinéa à fabricante de telemóveis Nokia, do grupo de distribuição Auchan e, mais recentemente, do produtor japonês de pneus Bridgestone, que quer fechar a fábrica de Bethune, no norte, e cortar cerca de 900 empregos.
"Viram a quantidade de grupos que anunciaram cortes de empregos? A Auchan não parou de trabalhar durante o confinamento e despediram 1.500 pessoas", continuou Martinez.
Em março e meados de setembro, foram identificados 394 planos de reestruturação (249 no ano passado), o que representa cerca de 57.000 postos de trabalho perdidos, três vezes mais do que no mesmo período de 2019.
Entre as reivindicações dos manifestantes estavam os reajustes salariais, abandono "definitivo" das reformas às pensões e seguro do desemprego, redução do tempo de trabalho "sem perda salarial", aumento de salário mínimo, entre outras.