O Hospital de Aveiro teve de reforçar a capacidade de armazenamento de cadáveres da morgue. Nos últimos dias, o número de mortos aumentou quase cinco vezes e deixou a casa mortuária sem capacidade de resposta.
A câmara frigorífica da morgue do Hospital de Aveiro tem capacidade para 8 cadáveres em simultâneo.
Nos últimos dias, a mortalidade cresceu de forma acentuada. Em média, morriam 2 a 3 pessoas por dia no hospital.
Nos últimos 5 dias, morreram 47, metade, vítimas da COVID.
Um número quase 5 vezes superior ao normal.
O acumular de corpos na casa mortuária levou a administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga a ter de reforçar a capacidade de armazenamento de cadáveres.
Nesta quinta-feira, deverá chegar uma nova plataforma com capacidade para mais 10 corpos. A estrutura pode ainda crescer e alojar mais cadáveres, se necessário.
A morgue funciona junto com o Gabinete médico-legal da cidade. Portanto, não recebe apenas os cadáveres do internamento e das urgências do hospital, mas todos os corpos vindos do exterior que exigem autópsia.
O hospital explica que, para além do enorme aumento da mortalidade, esta situação de pandemia estará a atrasar os processos nos tribunais, nas funerárias e nos crematórios.
As agências funerárias de Aveiro contactadas pela SIC nesta manhã asseguram que não tem sido complicado levantar os corpos e que também não têm tido maior dificuldade em marcar funerais e cremações.
O problema, dizem, é que há muito mais cadáveres a entrar na morgue em pouco tempo.
O Centro Hospitalar do Baixo Vouga reconhece a situação excecional mas sublinha que continuam a ser asseguradas a dignidade e a segurança do espaço da morgue.
Nesta quarta-feira, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga tinha 150 pessoas internadas com covid-19, em enfermaria.
Estavam ocupadas 9 das 10 camas de Cuidados Intensivos.
A administração diz que a gestão de vagas é feita diariamente e que, se houver necessidade, ainda consegue aumentar os internamentos em enfermaria.