As previsões da pandemia em Portugal fazem depender a descida dos números do tempo do confinamento.
Especialistas do Instituto Superior Técnico dizem que o confinamento terá que durar, pelo menos, dois meses para que a normalidade regresse antes do verão.
A instituição diz que as previsões só vão melhorar consoante o tempo de confinamento. Se forem 15 dias, podemos ter no final de março um total de 25 mil mortes. Além disso o Serviço Nacional de Saúde vai estar pressionado em 180 dias. Quer isto dizer que durante seis meses mais de 750 pessoas vão estar a ocupar camas nos cuidados intensivos.
O número de mortes baixa ligeiramente se estivermos em confinamento durante um mês, mas a pressão nos hospitais continua. Grandes diferenças só se notariam se prolongassemos, pelo menos, um mês e meio e se a aposta fosse feita na vacinação dos idosos, no uso de máscaras de qualidade e nos testes rápidos.
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O mapa de incidência feito pela Universidade de Stanford pinta apenas Portugal e Espanha com a cor mais escura, o que significa que os dois países são os que têm registado maior número de novos casos, mortes e níveis de contágio.
Também a Universade norte-americana Johns Hopkins analisou os últimos sete dias e concluiu que Portugal é o único que ultrapassa os mil novos casos diários por milhão de habitantes, à frente da Andorra, Israel e Espanha, e ainda que é o país do mundo com mais mortes, à frente do Reino Unido ou da Eslováquia.
Para já, os números vão subir nos próximos dias. No final do mês, o total de mortes poderá rondar as 13 mil.
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