Em Matosinhos, cerca de 500 alunos estão a ter aulas no horário curricular para aprender a se conhecerem melhor e a gerir problemas.
A iniciativa tem como objetivo promover a literacia emocional dos mais novos, que assume maior importância num ano marcado pela pandemia.
Desde o início do ano letivo, uma vez por semana, os alunos do Agrupamento de Escolas Abel Salazar partilham ansiedades e estados de humor, entre colegas de turma.
Para Eva Zorzan, professora de uma das turmas, esta é uma oportunidade para os alunos falarem sobre si. "Não têm vergonha de se expôr porque sentem que o outro está na mesma posição", sublinha.
Cristina Fernandes, dinamizadora deste projeto de educação socioemocional, explica que a ideia é "trabalhar ferramentas que podem ajudar estas crianças, futuros adultos, a saberem geri melhor as emoções".
Andreia Espain, coordenadora e fundadora do projeto "Aprendendo a aprender-se", acrescenta que "o grande propósito é começar cada vez mais cedo, para no futuro, terem essas competências e essa iliteracia emocional desaparecer" e prevenir problemas, já que os dados apontam para "15%, 20% de perturbações mentais de ansiedade em crianças, por exemplo, e portanto este trabalho poderá contribuir para que estas situaçoes sejam atenuadas ou evitadas no futuro".
Nuno Seleiro, pai do Guilherme, de 11 anos, nota que "ele sai relaxado e agora está mais focado".
Com as aulas à distância e o confinamento, a professora Eva Zorzan sente que "eles necessitam muito de conversar" e Cristina Fernandes acrescenta que "sentem saudades dos colegas e da escola."
O programa "Calmamente" está a ser alvo de um estudo cientifíco feito pelo Instituto Universitário da Maia e os resultados serão conhecidos no final do ano letivo.