Esta quarta-feira arranca a campanha de vacinação simultânea contra a gripe e a covid-19, onde se pretende vacinar cerca de três milhões de pessoas em 100 dias.
As vacinas contra a covid-19 que serão utilizadas são já adaptadas à variante Omicron, ou seja "engloba as duas: a primeira vacina e a adaptada à nova variante", explica o investigador do Instituto de Medicina Molecular, Miguel Prudêncio.
Os dados relativos a esta vacina adaptada mostram que leva à produção de uma quantidade superior de anticorpos capazes de neutralizar especificamente a variante Omicron, esclarece Prudêncio. Aquilo que se espera desta vacina é que retenha a capacidade que as anteriores já tinham de proteger contra as formas graves da doença, mas que ao mesmo tempo fortaleça a resposta imunitária contra a nova variante.
A vacina original continua a ser "extremamente eficaz na proteção das formas mais graves da doença" e, por essa razão, as vacinas que vão ser administradas a partir desta quarta-feira "já incorporam na sua composição uma componente idêntica à da anterior e uma componente dirigida especificamente à variante Omicron".
Aquilo que nós sabemos, dos dados que foram acumulados ao longo destes anos, é que esta vacina original continua a ser extremamente eficaz na proteção das formas mais graves da doença.
A vacinação sazonal contra a covid-19 é algo que na ótica de Miguel Prudêncio pode passar "a ser regular, tal como acontece para a gripe".
Nós temos grupos de risco para covid-19 e para a gripe bem identificados. Aquilo que se faz contra a gripe é perfeitamente normal e desejável que se faça também para a covid-19.
O investigador do Instituto de Medicina Molecular considera que a covid-19 terá de ser encarada como uma doença respiratória como outras e "o que aconteceu em anos anteriores, nomeadamente encerramentos de escolas, não deve voltar a acontecer".