O Ministério Público, segundo o Jornal Público, quer que o novo treinador do Benfica seja testemunha em tribunal contra Rui Pinto.
Jorge Jesus foi uma das pessoas alvo de ataques informáticos por parte do hacker, com a publicação de detalhes contratuais entre o treinador e o Sporting.
O Jornal Público avança ainda que para além da audição a Jorge Jesus, pedida pela procuradora Marta Viegas a 6 de agosto, foi requerida também a participação de outras duas testemunhas ligadas ao futebol, a Paulo Nunes e a Filipe Çelikkaya.
Várias pessoas nomeadas na acusação no Ministério Público não chegaram a apresentar queixa contra Rui Pinto, foi o caso de Jorge Jesus, o que fez com que alguns dos crimes de violação de correspondência caíssem.
Ministério Público opôs-se à libertação de Rui Pinto

MARIO CRUZ
O Ministério Público (MP) opôs-se à libertação de Rui Pinto, que foi justificada pela juíza Margarida Alves com a "contínua e consistente colaboração" com a Polícia Judiciária e o "sentido crítico" do criador da plataforma Football Leaks.
Rui Pinto, criador do site Football Leaks, que estava em prisão domiciliária, foi libertado no dia 7 de agosto, com a obrigação de apresentações semanais à Polícia Judiciária (PJ).
O "hacker" esteve em prisão preventiva desde 22 de março de 2019 até 8 de abril deste ano, dia em que foi colocado em prisão domiciliária, mas em habitações disponibilizadas pela Polícia Judiciária, e estava também proibido de aceder à internet e de ter acesso a dispositivos que o permitam, por decisão da juíza de instrução criminal (JIC) Cláudia Pina.
Julgamento de Rui Pinto terá apenas 10 lugares disponíveis para o público
Rui Pinto começa a ser julgado em 4 de setembro no Tribunal Central Criminal de Lisboa por 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen.
Num despacho, a que a agência Lusa teve acesso, a juíza Margarida Alves lembra que, à limitação do número de lugares disponíveis na sala de audiência, acrescem "as limitações próprias decorrentes da situação de contingência" devido à pandemia de Covid-19, as quais "impõe um conjunto de regras" quanto à assistência do julgamento, que vai decorrer na sala 1 do piso 6 do Tribunal Central Criminal de Lisboa, "uma das de maior dimensão" no Campus da Justiça.
Dos 10 lugares para o público, o tribunal decidiu que quatro fiquem reservados para familiares dos arguidos Rui Pinto e Aníbal Pinto, que será julgado por tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, e os restantes seis serão para jornalistas, os quais poderão também sentar-se nos lugares destinados às "pessoas próximas dos arguidos", caso não estejam ocupados.
O despacho judicial explica que "tais jornalistas serão acreditados pelo tribunal, após a exibição da respetiva carteira profissional, e constarão de uma lista própria que será disponibilizada à segurança do tribunal", acrescentando que, "posteriormente, a sua presença em audiência de julgamento será feita em função da disponibilidade concreta a cada sessão".
Rui Pinto foi colocado em programa especial de proteção
O "hacker" foi levado para uma casa segura onde está com proteção pessoal, uma vez que foi colocado num programa especial de proteção do Estado por correr risco de vida.