As autoridades ucranianas dizem que Rússia lançou mais de 60 mísseis esta sexta-feira de manhã num ataque "em massa" a todo o território ucraniano. Várias cidades, incluindo Kharkiv e Kiev, ficaram sem eletricidade, assim como Sumy, que foi uma das primeiras cidades a reportar dificuldades energéticas.
Germano Almeida, comentador da SIC, afirma que a Rússia com este ataque "volta a mostrar que tem como prioridade e estratégia criminosa aproveitar a chegada do inverno para congelar os ucranianos". O que Moscovo está a fazer é “usar esta leva de mísseis que ainda tem para afetar o mais possível as infraestruturas criticas da Ucrânia e também a moral dos ucranianos”.
Em Kiev, perante este cenário de ataque, o autarca pediu à população que se abrigasse nas estações de metro da cidade: “Numa capital europeia esta manhã, enquanto nós fomos trabalhar, tiveram indiciação do seu autarca para se abrigarem no metro. É esta a dimensão do crime russo”, considera Germano Almeida.
A indicação que há é que a Rússia estará a preparar outro tipo de ataque parecido com o início da guerra, diz o comentador da SIC, e provavelmente irá “tentar outra vez Kiev”. Existem informações que o Kremlin estará a reforçar tropas na Bielorrússia na fronteira com a Ucrânia, acrescenta.
Já na próxima segunda-feira Vladimir Putin vai à Bielorrússia, uma visita que surge depois de o Reino Unido ter dito que os dois países estão a colaborar em "exercícios de preparação".
Para Germano Almeida, o Presidente russo quer mostrar que tem na Bielorrússia uma espécie de "parceiro proxi" nesta guerra “não diretamente envolvido, mas na prática sim”: “Sabemos que a guerra começou por aí”. Para além disso, a Rússia precisa de mostrar que tem apoio, assim como aliados.
O Pentágono irá alargar o treino que os militares dos EUA fornecem às tropas ucranianas. Os planos preveem mais do que duplicar o número de forças instruídas numa base na Alemanha, de acordo com duas autoridades dos EUA. O ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov, prevê que as operações russas podem começar já em janeiro.