Documentos classificados com planos dos Estados Unidos e da NATO para a guerra na Ucrânia foram divulgados em várias redes sociais, anunciou a administração de Joe Biden. A fuga já levou à abertura de uma investigação pelo Pentágono.
De acordo o New York Times, estes documentos - publicados no Twitter e no Telegram - parecem ter sido alterados, exagerando as estimativas norte-americanas em relação ao número de ucranianos mortos e subestimando os números de mortos nas tropas russas.
Analistas militares afirmam que estas alterações poderão servir um esforço de desinformação vindo de Moscovo.
Entretanto, a administração de Biden estará a tentar apagar estes documentos das redes sociais. A fuga de informação inclui fotografias de gráficos de entregas de armas, números em relação a tropas e batalhões.
“Estamos a par do que se passa e a trabalhar nisso”, informou a subsecretária de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh.
Que informação contêm estes documentos classificados?
Os documentos classificados datam de há cinco semanas e, de acordo com um analista de guerra ouvido pelo New York Times, fornecem “muitas pistas relevantes”. Mencionam, por exemplo, dados sobre a utilização dos lançadores de foguetes HIMARS pela Ucrânia e até a posição de oficiais ucranianos no dia de 1 março.
Nesse dia, vários oficiais ucranianos visitaram uma base americana em Weisbaden, na Alemanha. No dia seguinte, e também detalhado nestes documentos, o general Mark A. Milley, presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, e o general Christopher Cavoli, comandante supremo aliado para a Europa, visitaram a mesma base.
Outro dos documentos divulgados inclui uma listagem de várias unidades de tropas ucranianas e ainda o seu equipamento e calendário de treinos, com cronogramas entre janeiro e abril. Inclui mesmo informação sobre 12 brigadas de combate a ser preparadas, nove das quais pelos Estados Unidos e aliados da NATO.
Num outro documento revelado esta quinta-feira, aparecem os números relativos às baixas no campo de batalha, apontando cerca de 16.000 perdas no lado russo e mais de 71 mil no lado ucraniano.
Quem divulgou os documentos?
Não é ainda conhecida a origem destes documentos classificados divulgados esta quinta-feira. Para descobrir quem está por detrás desta fuga de informação, o Pentágono já ordenou a abertura de uma investigação.
O New York Times aponta esta fuga de informação como a primeira vitória russa desde o início da guerra, até porque os analistas acreditam na veracidade da maior parte da informação divulgada e alertam que pode ser vantajosa para a Rússia.