Bernardo Ferrão comenta o que ficou conhecido esta sexta-feira: o novo valor dos palcos do Parque Tejo e do Parque Eduardo VII, que vão custar 2,9 milhões de euros e 450 mil euros, respetivamente. Mais: mostra um vídeo de agosto de 2022 que comprova o conhecimento dos planos para o altar-palco de todos os intervenientes.
Numa conferência de imprensa dada pelo Bispo D. Américo e pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, soube-se que os custos do altar-palco do Parque Tejo vão reduzir em 30% - de 4,2 milhões de euros para 2,9 milhões.
"Afinal era possível e era dispensável toda a polémica a que assistimos dos milhões que iam ser gastos neste altar e que ouvimos todas as personalidades a dizer que os gastos eram mais que justificados , por causa do retorno", explica Bernardo Ferrão.
Da mesma forma, foi anunciado que o altar do parque Eduardo VII vai custar 450 mil euros.
"Porque é que nada disto foi pensado antes, porque é que não houve um caderno de encargos feito de início (...) porque é que nos sujeitamos a todos, num evento que acho importante, que é a vinda do papa a Portugal, a esta discussão?", interroga-se o jornalista.
Para além destes novos valores, Bernardo Ferrão mostra um vídeo que mostra o presidente da CML, Carlos Moedas, a explicar como vai ser o altar-palco no Parque Tejo, ao Presidente da República, ao Bispo D. Américo e à ministra Ana Catarina Mendes que, para o jornalista, anda “em silêncio”.
"Afinal todos sabiam (…) Alguém acreditou que um palco que ia levar 2 mil pessoas em cima ia custar pouco dinheiro? Quando o Presidente veio dizer que não sabia de nada, quando a Igreja disse que tinha ficado magoada com os números, a própria ministra nada diz, está em silêncio, quase que se protegendo da polemica, afinal eles deram todos o okay quando foram visitar e ver o projeto"
Para o jornalista, muita da polémica poderia ter sido evitada, dado o conhecimento de todos, se tivesse havido um caderno de encargos.
"Não é por isto [valores mais baixos dos palcos] que a Jornada deixa de ter valor e deixam de vir as pessoas. Foi toda uma polémica completamente evitável, que ficou mal a toda a gente, ficou mal à Igreja portuguesa, que se podia ter poupado", evidencia.
Por último, Bernardo Ferrão considera que a mensagem que esta redução de custos passa aos portugueses é que “o dinheiro dos contribuintes pouco importa, porque nós íamos gastar, mas afinal podemos gastar muito menos”.
Novos números e custos
Parque Tejo:
- 1,6 milhões de euros em estudos, projetos e fiscalização;
- 7,1 milhões de euros em reabilitação aterro de Beirolas;
- 1,06 milhões de euros em ensaios e fundações;
- 3,3 milhões de euros em infraestruturas e equipamentos;
- 4,2 milhões de euros para Ponte Pedonal Rio Trancão.
Parque Eduardo VII
- 430 mil euros em instalações sanitárias;
- 1,8 milhões de euros em écrans, som e estruturas;
- 300 mil euros em infraestruturas e equipamentos;
- 360 mil euros em luz e som de palco;
- 250 mil euros em produção e vigilância equipam;
- 220 mil euros em diversos.