José Paulo Pinto de Sousa, primo do antigo primeiro-ministro José Sócrates e arguido no processo Operação Marquês, escusou-se esta terça-feira a falar aos jornalistas à entrada para a sua inquirição na fase de instrução do caso.
Apesar das insistentes perguntas dos jornalistas que o aguardavam, José Paulo Pinto de Sousa limitou-se a dizer "deixem-me passar", até entrar, cerca das 14:00, nas instalações da antiga Polícia Judiciária em Lisboa, onde funciona o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).
Por seu lado, Pedro Delille, um dos advogados do antigo primeiro-ministro, juntamente com João Araújo, criticou determinados órgãos de comunicação social por aproveitarem estas diligências de instrução para "fazerem tiro ao alvo" e repetirem "acusações sem fundamento" contra Sócrates e outros arguidos na Operação Marquês.
Segundo Pedro Dellile, os órgãos de comunicação, que não especificou, repetem a tese do Ministério Público (MP) sem confirmarem ou esclarecerem os factos.
O procurador Rosário Teixeira, um dos magistrados que representa o MP neste processo, referiu que José Paulo Pinto de Sousa já foi ouvido em inquérito, que há prova documental sobre os factos imputados e que "não espera ouvir nada de novo" na inquirição do primo de José Sócrates, que hoje se realiza.
A fase de inquirição de testemunhas do processo ficou concluída a 04 de dezembro passado, ficando, contudo, a faltar o arguido José Pinto de Sousa, a ser interrogado, o que ficou marcado para hoje em virtude de este residir em Angola.