Zeinal Bava já devolveu os quase 7 milhões de euros que ficou de entregar à massa falida do Grupo Espírito Santo. Fica saldado o alegado empréstimo de 25 milhões de Ricardo Salgado que o Ministério Público diz ter sido um acordo de corrupção.
Deram-lhe 10 dias, mas foi preciso 1 ano e oito meses para Zeinal Bava devolver à massa falida do Grupo Espírito Santo 6 milhões e 700 mil euros. A ordem do juiz Ivo Rosa era de abril de 2021, mas só agora é cumprida, depois de uma série de percalços nos tribunais portugueses e suíços.
No documento em que justifica o atraso, a defesa de Zeinal Bava diz que foi surpreendida com o facto da conta bancária desbloqueada pelo juiz ter continuado apreendida pelo Ministério Público suíço por conta de uma investigação a suspeitas de branqueamento que já foi arquivada. Acrescenta que, para complicar a situação, os liquidatários da Espírito Santo International avançaram com um processo cível para reclamarem o dinheiro.
Chegaram a acordo. A transferência foi feita em dezembro e pôs fim ao alegado contrato de 25 milhões entre Ricardo Salgado e Zeinal Bava.
Bava disse sempre ter servido apenas de cofre para um investimento em ações da PT, que nunca aconteceu.
O acordo determinou a transferência de 25 milhões e 200 mil euros do chamado saco azul do GES para uma sociedade offshore do então presidente da Portugal Telecom.
Naquilo que o Ministério Público acredita ter sido uma encenação, Zeinal Bava devolveu parte do dinheiro: 18 milhões e meio de euros em janeiro de 2016, não a Salgado, mas à massa insolvente da Espírito Santo International. Os seis milhões e 700 mil que restavam seguiram há dois meses.
Ilibado dos cinco crimes de que estava acusado, Zeinal Bava vive agora entre Portugal e o Reino Unido. Ao que a SIC apurou, trabalha como consultor para várias empresas.