No dia 10 de agosto de 2017, Kim Wall embarcou no UC3 Nautilus, um submarino de quase 18 metros de largura e 40 toneladas construído por Peter Madsen, 47 anos, um conhecido inventor dinamarquês.
Não voltou a ser vista com vida.
O dono do submarino informou as autoridades que tinha sofrido um acidente e foi resgatado. À polícia explicou que, pouco depois de ter embarcado, Kim lhe pedira para a deixar em terra.
Mudou a versão onze dias depois, quando o torso de mulher foi encontrado numa praia a sul de Copenhaga. A autópsia confirmou tratar-se de Kim Wall.
Peter Madsen confessou então que a jornalista havia sofrido um acidente dentro da embarcação e que deitou o cadáver ao mar. O tribunal de primeira instância decidiu decretar prisão preventiva de Madsen, por suspeita de homicídio involuntário.
O relatório da autópsia revelou 14 marcas de esfaqueamento nos órgãos genitais. Não ficou claro se foram desferidos
antes ou post mortem. Agarrado ao tronco estavam peças de metal que serviriam para impedir que o corpo flutuasse.
Em outubro, a marinha dinamarquesa encontrou um saco com roupa, uma faca, a cabeça e as pernas da jornalista desaparecida.
Kim foi amarrada, violada e torturada. De acordo com a acusação, o crime foi planeado ao detalhe. Madsen levou para a viagem uma serra e chave de fendas que usou para torturar Kim enquanto estava viva. A causa da morte terá sido estrangulamento ou com um golpe na garganta.
Madsen insiste que a morte foi acidental. Admite ter desmembrado o corpo mas nega ter assassinado ou violado a jornalista.
A acusação pede prisão perpétua.
O julgamento foi marcado para 8 de março e a sentença é esperada a 25 abril. A acusação pede prisão perpétua para o inventor dinamarquês.