A justiça turca começou esta sexta-feira a julgar à revelia 20 sauditas acusados da morte do jornalista Jamal Khashoggi, em 2018.
Entre eles estão dois homens próximos do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, que é considerado o autor moral do crime.
Khashoggi era colunista do jornal The Washington Post e crítico do governo de Riade. Em 2018, foi brutalmente assassinado no consulado da Arábia Saudita, em Istambul.
O procurador-chefe da cidade turca diz que o crime foi cometido às ordens do ex-conselheiro real Saud al-Qahtani e do antigo vice-diretor dos serviços de informação Ahmed al-Asiri. Ambos foram julgados por um tribunal saudita, no ano passado, que condenou à morte cinco cidadãos não-identificados. Mas acabaram por ser ilibados.
A procuradoria turca pede prisão perpétua para os acusados.
Perdão dos filhos a assassinos de Khashoggi é "farsa da Justiça saudita", diz especialista da ONU
A especialista da ONU que investigou o assassínio do jornalista Jamal Khashoggi por agentes sauditas considerou "chocante" que os filhos tenham perdoado os assassinos e afirmou que se trata de mais uma "farsa da justiça saudita".
"Embora seja chocante, já se esperava o anúncio de que a família do jornalista saudita assassinado Jamal Khashoggi perdoava os assassinos", disse a relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais, Agnès Callamard, que refere não se estar a exprimir em nome das Nações Unidas, mas de forma individual.