O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, condenou esta segunda-feira a "execução bárbara" do opositor iraniano Ruhollah Zam pelo regime de Teerão.
"Os Estados Unidos condenam firmemente a execução bárbara e injusta de Ruhollah Zam, um jornalista iraniano raptado no estrangeiro pelo regime", escreveu Pompeo na rede social Twitter sobre a execução no fim de semana do opositor iraniano.
"Zam expôs a brutalidade e a corrupção do regime, que já matou ou deteve mais de 860 jornalistas nos seus 41 anos de terror", acrescentou o secretário de Estado norte-americano.
Execução de Ruhollah Zam
Ruhollah Zam, qualificado de "jornalista e dissidente" pela organização Amnistia Internacional, foi enforcado no sábado de manhã no Irão, após ter sido considerado culpado de incentivar (através do canal Amadnews, que dirigia, na plataforma de mensagens Telegram) a contestação de 2017-2018 no Irão, durante a qual foram mortas pelo menos 25 pessoas.
A execução motivou críticas da comunidade internacional, nomeadamente a União Europeia, França ou a alta-comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.
No domingo, o Irão convocou os embaixadores da Alemanha e de França em Teerão, para protestar contra a condenação da execução na véspera pela União Europeia e Paris.
A contestação internacional levou também ao adiamento de um fórum económico Europa/Irão, previsto para se iniciar hoje.
A decisão tem na base o anúncio do boicote ao fórum por várias personalidades europeias, entre eles os embaixadores francês, alemão, austríaco e italiano no Irão, em protesto contra a execução de Zam.
A iniciativa deveria durar três dias e estavam previstas as intervenções do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, e do ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Javad Zarif.
A morte de Ruhollah Zam ocorre numa altura em que várias potências europeias esperam reanimar o acordo internacional sobre o nuclear iraniano, aproveitando a saída da Casa Branca do Presidente cessante, Donald Trump, no início de 2021.