O protesto de hoje nesta cidade do norte da Grécia, que estava proibido no âmbito das restrições motivadas pela pandemia, foi convocado em apoio a 31 pessoas detidas na segunda-feira, quando uma manifestação contra a nova lei se segurança nas universidades originou confrontos com a polícia.
De acordo com as novas medidas aprovadas em 11 de fevereiro pelo parlamento dominado pela direita, a polícia pode patrulhar as instalações universitárias e efetuar detenções.
O acesso da polícia às universidades esteve proibido durante décadas e suscitou um amplo debate político no país sobre as liberdades nos recintos universitários.
O atual Governo conservador da Nova Democracia (ND) argumenta que as anteriores regras permitiam "atividade criminal e protestos violentos" no interior das universidades.
Os opositores políticos acusam o Executivo de Kyryakos Mitsotakis de utilizar o confinamento para legitimar o reforço dos poderes da polícia sem um necessário e aprofundado debate.
Parte da atual controvérsia tem origem na ditadura militar na Grécia (1967-1974), quando as universidades constituíam um importante núcleo de resistência política.
Com a aprovação desta lei, e pela primeira vez desde a queda da ditadura em 1974, as forças policiais são autorizadas a regressar às universidades gregas.
A presença da polícia nas universidades, tradicionalmente muito politizadas, sempre constituiu uma questão delicada na Grécia, onde ainda permanece muito presente a sangrenta repressão pelo exército e polícia, em novembro de 1973, de um movimento estudantil na Escola Politécnica de Atenas em protesto contra a ditadura dos coronéis.
A Grécia permanece sob confinamento desde 07 de novembro e em 11 de fevereiro foram adotadas medidas mais restritivas após um recente aumento dos casos de coronavírus, particularmente em Atenas.
O comércio essencial permanece aberto, enquanto as escolas e igrejas voltaram a encerrar, pelo menos até 28 de fevereiro.