Os Estados Unidos da América (EUA) aprovaram os pedidos dos países bálticos para enviar armas de fabrico norte-americano para a Ucrânia face aos receios de uma invasão russa, avançou hoje um responsável norte-americano citado pela agência AFP.
Os EUA estão “a acelerar as transferências autorizadas de equipamentos de origem norte-americana de outros aliados”, afirma um responsável do Departamento de Estado em Berlim, onde se encontra o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, para debater com parceiros europeus a questão da Ucrânia.
“Os aliados europeus têm o que precisam para avançar com mais ajuda à segurança da Ucrânia nos próximos dias e semanas”, acrescenta.
Uma fonte relacionada com estes procedimentos de autorizações esclarece, citada pela agência de notícias francesa AFP, que a aprovação foi dada a pedidos urgentes feitos pela Estónia, Letónia e Lituânia.
As quantidades exatas e os tipos de armas não foram especificados, mas os arsenais dos países bálticos incluem nomeadamente mísseis antitanque Javelin (usados pelo exército dos EUA).
“Decidimos enviar armas e outras ajudas (para a Ucrânia)”, confirma o ministro da Defesa lituano, Arvydas Anusauskas, segundo o qual esta medida “visa dissuadir” a Rússia de qualquer ataque.
“A história mostra-nos que fazer concessões ao agressor acaba por levar a uma grande guerra. Não queremos fazer isso. Qualquer país que se queira defender deve ter a oportunidade de o fazer”, acrescenta o ministro.
Rússia mobiliza militares para a Ucrânia
Dezenas de milhares de militares russos, bem como tanques e artilharia, estão a ser mobilizados para as imediações da fronteira com a Ucrânia desde o final do ano passado, manobras que têm preocupado particularmente os três países bálticos, que também estão nas imediações da Rússia.
Desde o ano passado, a administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, já aprovou o envio de cerca de 575 milhões de euros em armas para a Ucrânia, incluindo 175 milhões de euros no mês passado.
Uma invasão em vista?
Kiev tem pressionado os ocidentais para entregarem mais armas de defesa à medida que aumenta a tensão com Moscovo e a suspeita da preparação de uma potencial invasão russa ao país vizinho.
O Reino Unido anunciou na segunda-feira que pretende enviar armas antitanque para a Ucrânia, enquanto a Alemanha rejeitou a ideia de entregar armas a Kiev, alegando que isso só agravará as tensões.
Na quarta-feira, Joe Biden avisou que invadir a Ucrânia “será um desastre para a Rússia” e reiterou ameaças de sanções económicas nunca vistas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, “nunca viu sanções como as que prometi que serão impostas se ele se mover em direção” à Ucrânia, disse Biden, numa conferência de imprensa que assinalou o primeiro ano do seu mandato presidencial, que hoje se cumpre.
A Rússia tem reiterado que nunca aceitará a integração da Ucrânia na Aliança Atlântica, mas o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Ryabkov, reafirmou na quarta-feira que Moscovo não tem intenções bélicas face à Ucrânia.