A Comissão de Verdade e Reconciliação da Coreia do Sul responsabilizou esta quarta-feira anteriores Governos pelas atrocidades cometidas na Casa dos Irmãos, instalação financiada pelo Estado onde milhares de pessoas em situação de sem-abrigo foram escravizados há mais de 40 anos.
A comissão anunciou as conclusões preliminares da investigação sobre as violações dos direitos humanos naquela instituição, incluindo casos extremos de trabalho forçado, violência e mortes. Afirmou ter confirmado até agora 657 mortes, elevando o número anteriormente avançado de 513 entre 1975 e 1986, documentado nos registos da instalação.
Entre os anos 60 e 80 do século passado, os ditadores militares sul-coreanos ordenaram operações com o objetivo de 'limpar' as ruas. Milhares, incluindo pessoas em situação de sem-abrigo e pessoas com deficiência, bem como crianças, foram arrancados das ruas e levados para instalações, onde permaneceram detidos e forçados a trabalhar.
A Casa dos Irmãos foi a maior dessas instalações, antes de um procurador ter exposto os horrores praticados em 1987.
O Governo do ditador militar Chun Doo-hwan procurou acabar com a investigação que determinou centenas de mortes, violações e espancamentos nas instalações.