O Movimento Cívico Mudei está a realizar uma contagem paralela dos resultados das eleições de Angola, que dá vantagem à UNITA com 55%, seguindo-se o MPLA com 41%, num total de 94.740 votos válidos de 11 províncias escrutinadas.
Luaty Beirão, músico, ativista e um dos fundadores deste movimento, explica que estão a criar uma fonte alternativa à informação oficial, que "qualquer pessoa de bom senso em dois segundos percebe que é falseada".
Está a ser feito uma "monitoria" do processo eleitoral. O fundador do movimento esclarece que na quarta-feira foi feita uma sondagem à boca das urnas nas 18 províncias e agora estão a contar as atas.
É a maneira que nós temos de contar os votos: andar pelas assembleias e recolher as atas síntese, que são por lei afixadas na porta das assembleias. (...) Neste momento estamos quase em 100.000 votos, mas ainda não temos a representatividade proporcional ao que o país tem.
Os resultados desta contabilização dão vitória à UNITA e Luaty Beirão afirma que "desde de fevereiro que estão a fazer sondagem que dão a vitória" a este partido, mas diz que "ninguém os considera credíveis".
Para Luaty Beirão o objetivo não é que estes resultados sejam reconhecidos pela comunidade internacional, mas sim "produzir informação transparente, que não é o que o Estado ou a CNE dá".
A situação que se vive em Angola é uma "fantasia" e "qualquer pessoa que venha aqui, e precise de aceder a serviços públicos, percebe rapidamente que não funciona", diz Luaty Beirão.
É um Estado falhado.
Segundo a CNE, o MPLA lidera contagem dos votos com 52,08%, mas Luaty Beirão, numa entrevista à SIC, pede que a "CNE divulgue resultados verdadeiros", que fossem publicadas as atas e que a lei não fosse "violada".