O Parlamento grego vota esta segunda-feira a criação de uma comissão de inquérito a escutas telefónicas, no seguimento do escândalo envolvendo o Serviço de Informações do país e alguns políticos gregos.
Nos últimos anos, têm vindo a público inúmeros casos de escutas aprovadas pelo Estado grego, ao mesmo tempo que diminuiu o número de procuradores necessários para aprovar as ordens de vigilância. Esta questão fez soar os alarmes, assim como o facto de um político da oposição, Nikos Androulakis, e um jornalista terem sido alvo de escutas.
O político visado pede esclarecimentos ao Governo e afirma desconhecer o porquê de ter sido vítima de tal ato. O líder do partido da oposição, desafia o atual primeiro-ministro, Kyriakos Mitsotakis, a esclarecer os cidadãos gregos e a "dizer toda a verdade" perante a nação.
"Apelo ao primeiro-ministro, para que diga aos gregos, publicamente, porque fui considerado uma ameaça nacional em 2021", disse Nikos Androulakis.
Kyriakos Mitsotakis garantiu que as escutas foram ilegais, mas "politicamente aceitáveis".
O escândalo já levou à demissão do responsável da Agência de Informação Interna e do chefe de gabinete do primeiro-ministro.
Agora, nas votações que irão decorrer esta segunda no Parlamento grego, poderão ainda ser incluídas as ações do antigo governo de Alexis Tsipras. Neste momento há ainda 15 mil telemóveis sob escuta e 42 novas aprovações diárias.