Um cargueiro encalhou perto de Gibraltar com 500 toneladas de combustíveis, que as autoridades estão a retirar, mas houve uma fuga de óleo que atingiu a costa espanhola.
O cargueiro "OS 35", com bandeira de Tuvalu e uma tripulação de 24 pessoas, transportava barras de ferro e levava a bordo, para consumo próprio, ou seja, para alimentação e manutenção das próprias máquinas, 215 toneladas de fuelóleo pesado, 250 toneladas de gasóleo e 27 toneladas de óleo lubrificante.
O barco chocou na segunda-feira com outro perto de Gibraltar e começou a afundar. As autoridades já conseguiram retirar 80% dos combustíveis a bordo para evitar derrames no mar.
No entanto, ainda na quinta-feira, houve um derrame de óleo que atravessou a barreira de contenção colocada por Gibraltar e que chegou à costa de La Línea de la Concepción, em Cádiz, Espanha.
A fuga de óleo rodeia Gibraltar e os ventos levaram também o derrame à costa de La Línea, onde está içada a bandeira vermelha na praia.
"O que está a chegar é um derrame preocupante, mas não é uma tragédia", afirmou o autarca do município, que sublinhou que "se os trabalhos continuarem ao ritmo com que estão e se retirar o material combustível do barco, o primeiro problema sério fica resolvido e isto seriam apenas os restos dessa fuga de ontem".
Segundo Juan Franco, que sublinhou as boas comunicações e coordenação com Gibraltar, já foram retirados 4.000 quilogramas de óleo derramado no mar, "metade da fuga" e espera-se a retirada da outra metade esta sexta-feira.
As autoridades de Gibraltar disseram que o ponto da fuga foi selado e que a situação está controlada.
Extraído 80% do combustível que estava no barco
Num comunicado divulgado esta manhã, a administração deste território britânico revelou que até às 07:00 tinha sido extraído 80% do combustível que estava no barco.
As autoridades de Gibraltar informaram que uma pessoa foi detida na quarta-feira por causa deste caso, mas sem revelarem a identidade do detido.
O anúncio da detenção foi feito pouco depois de o líder da administração do território, Fabian Picardo, ter dito à televisão pública espanhola (RTVE) que o capitão do barco alegadamente desobedeceu às ordens das autoridades portuárias locais depois de ter batido noutra embarcação, continuando a marcha, até perceber que existia risco de afundamento por causa de entrada de água.