O Presidente dos EUA, Joe Biden, manifestou esta segunda-feira o sonho de “curar o cancro de uma vez por todas”, declarações que ocorrem 60 anos depois de um discurso histórico de John Fitzgerald Kennedy sobre a conquista da Lua.
“Na América, acreditamos que tudo é possível", realçou o chefe de Estado norte-americano num discurso na livraria dedicada ao Presidente assassinado, em Boston, no nordeste dos Estados Unidos.
Inspirado pelo discurso proferido por "JFK" há 60 anos, no dia em que prometeu enviar um homem à Lua, Joe Biden explicou que pretende “organizar e medir o melhor da energia e talento para acabar com o cancro como hoje existe na sociedade e até para curar cancro de uma vez por todas”.
"O cancro (...) não se importa se somos republicanos ou democratas. Vencer o cancro é algo que podemos fazê-lo juntos”, vincou.
Ao prometer a conquista da Lua, John Fitzgerald Kennedy tinha "criado um objetivo nacional, capaz de unir o povo norte-americano, e uma causa comum. E conseguiu", lembrou ainda Joe Biden, que pretende reduzir a mortalidade associada ao cancro em 50% nos próximos 25 anos.
“Cada vez mais o cancro não é uma sentença de morte, mas uma doença crónica com a qual as pessoas podem viver", sublinhou.
Joe Biden assinou assim, esta segunda-feira, uma ordem executiva para incentivar a biotecnologia necessária para acabar com o cancro “como é conhecido atualmente” a ser desenvolvida e fabricada nos Estados Unidos.
A iniciativa, conforme detalhada pela Casa Branca, salvará vidas, criará empregos no país, fortalecerá as cadeias de suprimentos e reduzirá a dependência externa dos Estados Unidos nesta área.
A luta contra o cancro é um objetivo político, mas também uma luta íntima para o Presidente dos EUA, cujo filho mais velho, Beau Biden, morreu de cancro cerebral em 2015, aos 46 anos.
A ambição do executivo norte-americano tem várias facetas, concentrando-se quer no custo às vezes exorbitante dos tratamentos, quer deteção e tratamento e ainda com a exploração de exames de sangue e novas terapias.
A Casa Branca lembrou ter limitado a 2.000 dólares por ano o valor que deve ser pago do próprio bolso por muitos cidadãos norte-americanos, beneficiários do programa Medicare, o sistema de seguro de saúde dos EUA ao qual os maiores de 65 anos têm acesso em particular.
No entanto, sublinha ainda a presidência norte-americana, acontece atualmente que alguns pacientes têm que pagar milhares de dólares todos os anos para tratar cancro de próstata ou de mama.
Outra grande ambição do governo de Biden diz respeito à triagem e ao desenvolvimento de novos tratamentos.
Os Estados Unidos lançaram um teste em larga escala - inicialmente com 24.000 pessoas, com o objetivo de estendê-lo para 225.000 pessoas - para identificar testes que seriam capazes de detetar um ou mais cancros apenas a partir de um exame de sangue.
Joe Biden também mencionou a possibilidade de desenvolver vacinas e encontrar tratamentos menos penosos: "Imaginem, em vez de uma quimioterapia cansativa, um simples exame de sangue ou uma pílula comprada na farmácia local, em vez de tratamentos invasivos e longas hospitalizações.
Regresso à Lua
JFK proclamou, em 12 de setembro de 1962: "Nós escolhemos ir à Lua", estabelecendo o objetivo de que os homens andassem no satélite natural da Terra até ao final da década.
O objetivo cumpriu-se, pois em 21 de julho de 1969 Neil Armstrong pisou a Lua.
Os Estados Unidos também estão a realizar um programa para o regresso à Lua, o Artemis.
A NASA pretende testar sem tripulação o novo foguetão gigante e tentou duas vezes tirá-lo do chão, mas tem adiado por motivos técnicos.
O megafoguetão está a ser alvo de reparações e a próxima tentativa pode ocorrer em 23 ou 27 de setembro.