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Atentado mata pelo menos oito pessoas no Paquistão

Atentado mata pelo menos oito pessoas no Paquistão
Madiha Ali

Grupo talibã Tehreek-e-Taliban Pakistan já reivindicou o ataque.

Pelo menos oito pessoas morreram num atentado à beira de uma estrada na terça-feira no Paquistão e que teve como alvo o veículo do líder de uma aldeia no noroeste do país, informaram esta quarta-feira as autoridades locais.

"Matámos o líder do comité de paz Idrees Khan na área de Brai Bandi, no vale do Swat, com uma bomba", afirmou o grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP - talibãs paquistaneses), num comunicado divulgado na terça-feira para reivindicar a responsabilidade pelo ataque, cometido na província de Khyber Pakhtunkhwa.

O ataque foi realizado na tarde de terça-feira através de uma bomba ativada por controlo remoto, que fez explodir o carro em que Khan viajava, segundo as autoridades locais. De acordo com o comunicado do TTP, citando o seu porta-voz, Muhammad Khurasani, "Idrees Khan participou na morte e tortura de 'mujahidin' (combatentes) e das suas famílias em casas seguras", e "os 'mujahidin' já o perseguiam há quase 13 anos".

Saeed Khan, um oficial graduado da polícia do distrito de Swat, afirmou que os relatos iniciais indicavam que o atentado teria matado cinco pessoas, mas depois verificou-se que oito pessoas morreram no ataque, incluindo dois polícias. O vale do Swat foi um reduto do Tehreek-e-Taliban Paquistão (TTP) entre 2007 e 2009, até que uma operação em larga escala do Exército contra os insurgentes permitiu retomar o controlo do território.

TTP garante que nunca deixou a região

No entanto, os habitantes do vale queixaram-se nas últimas semanas do regresso dos talibãs à área, uma reclamação à qual o TTP respondeu garantindo que nunca deixaram a região. Os talibãs paquistaneses mantêm negociações de paz desde maio em Cabul, no Afeganistão, mas ataques de militantes isolados e incursões das forças de segurança a esconderijos de militantes continuaram, motivando receios de que essas negociações possam ser interrompidas nos próximos meses ou mesmo semanas.

Um cessar-fogo formal entre o Paquistão e o TTP ainda está em vigor. As conversações em Cabul estão a ser mediadas pelos talibãs afegãos, um grupo separado aliado dos talibãs paquistaneses que atualmente governa o Afeganistão. Os talibãs afegãos tomaram o poder no seu país há um ano e esta conquista deu força aos talibãs paquistaneses, cujo combatentes e líderes, dizem as autoridades do Paquistão, estão escondidos no Afeganistão.

O Paquistão exigiu que o novo Governo dos talibãs no Afeganistão impeça grupos rebeldes islâmicos, incluindo o TTP, de usarem o território afegão para ataques dentro do Paquistão. Antes da tomada do poder pelos talibãs no Afeganistão, Islamabad e Cabul acusavam-se frequentemente de abrigar rebeldes islâmicos.

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