Montenegro iniciou uma investigação sobre um número não identificado de pessoas suspeitas de espionagem, revelaram esta quinta-feira procuradores estatais, enquanto os órgãos de comunicação locais divulgaram que o processo está ligado à Rússia.
As forças policiais realizaram buscas domiciliárias e a outras instalações de vários cidadãos por suspeita de "organização criminosa e espionagem", explicou à agência France-Presse (AFP) Vukas Radonjic, porta-voz da polícia.
A mesma fonte sublinhou que ninguém foi detido na sequência da operação.
Já o primeiro-ministro cessante do país dos Balcãs, Dritan Abazovic, referiu que esta ação foi realizada em conjunto com parceiros internacionais de Montenegro, com o objetivo de "preservar os interesses nacionais".
"Espero que isto reduza a influência malévola em Montenegro", salientou Abazovic, em declarações aos jornalistas.
Os órgãos de comunicação de Montenegro noticiaram que a polícia deteve seis diplomatas russos e 30 cidadãos russos com autorização de residência temporária, bem como dois cidadãos montenegrinos, suspeitos de trabalharem para os serviços de inteligência russos.
Segundo o portal de notícias Vijesti, que cita várias fontes, um dos detidos é um diplomata experiente e ex-porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Montenegro.
Abazovic visitou recentemente os Estados Unidos, onde falou sobre a influência "económica e política" da Rússia e da China no seu país.
Embora Podgorica mantenha laços históricos com Moscovo, as relações entre Montenegro e Rússia arrefeceram depois da nação do Báltico ter ingressado na NATO em 2017 e, mais recentemente, ter aderido às sanções ocidentais contra o Kremlin, pela invasão da Ucrânia.