O Governo dos Países Baixos confirma que foram identificadas duas esquadras chinesas a funcionar de forma ilegal no país desde 2018. Uma investigação jornalística descobriu um cidadão chinês residente em Roterdão que garante estar a ser ameaçado de morte por críticas ao regime chinês.
Chamam-lhe apenas uma estação de serviço ultramarina a que todos os chineses, residentes em Roterdão, podem recorrer, por exemplo, para tratar da renovação de documentos como a carta de condução, ou alterações ao estado civil. Tarefas, regra geral, reservadas às embaixadas e consulados.
As autoridades dos Países Baixos acreditam, no entanto, que se trata de uma esquadra chinesa ilegal cuja missão é ajudar a deter e expulsar do país pessoas procuradas pelo regime chinês.
Wang Jingyu, um jovem dissidente chinês, diz estar a ser perseguido por polícias chineses em Roterdão, cidade onde vive há três anos.
Acusado de críticas ao regime chinês e de "insultar heróis de guerra" através das redes sociais, Wang Jingyu diz que nem nos Países Baixos, para onde teve de fugir, consegue estar em segurança.
De acordo com uma investigação jornalística da RTL nos Países Baixos, a esquadra chinesa ilegal será dirigida por dois ex-polícias de carreira, agora suspeitos de, ao serviço do regime chinês, criarem um possível conflito diplomático.
Esta alegada esquadra chinesa ilegal de Roterdão, tal como uma outra em Amesterdão, surge referenciada no recente relatório divulgado por uma ONG de defesa dos direitos humanos. É uma das 54 que constam do relatório, três têm moradas em Portugal.