O homem que na quinta-feira esfaqueou um polícia até à morte e feriu outro na Bélgica é um ex-presidiário que estava sinalizado numa lista de ameaças terroristas. As novas revelações sobre a identidade do suspeito e comportamentos no dia do ataque estão a gerar interesse no país.
Isto porque, no mesmo dia em que atacou os dois polícias, que estavam parados dentro do carro num sinal vermelho, este homem tinha-se deslocado anteriormente a uma esquadra para exigir que fosse tratado “psicologicamente”.
Quem é o homem?
Yassine M. é um belga de 32 anos nascido em Bruxelas e estava registado na agência belga de análise de ameaças terroristas.
"Era conhecido na justiça por crimes de direito comum que o levaram a ser detido entre 2013 e 2019", revelou a procuradoria federal.
A cronologia do dia do ataque
De acordo com a história divulgada pelo Ministério Público de Bruxelas, Yassine deslocou-se na quinta-feira a uma esquadra da polícia na capital belga para ser receber apoio psicológico.
"Ele fez comentários incoerentes, falou de ódio contra a polícia", disse o procurador Tim De Wolf.
A polícia acompanhou o belga até à unidade psiquiátrica do hospital Saint-Luc, onde foi atendido por enfermeiros, mas onde não permaneceu. As condições em que deixou o hospital estão a ser investigadas.
Segundo o procurador de Bruxelas, Yassine "não cumpriu os critérios legais" para uma detenção compulsiva, porque se voluntariou para receber tratamento.
De seguida, homem atacou dois jovens polícias
O ataque mortal ocorreu esta quinta-feira por volta das 19:15 (hora local), no município de Schaerbeek, em Bruxelas, no distrito da estação Bruxelas-Norte.
O suspeito, armado com uma faca, atacou uma viatura policial parada num sinal vermelho, e o policia que conduzia o veículo foi atingido por "um golpe à altura da garganta", detalhou o Ministério Público Federal.
O atacante avançou depois em direção ao passageiro, que foi atingido no braço direito. Este último conseguiu chamar outros polícias e relatou que ouviu o suspeito gritar "Allah Akhbar" ("Deus é grande", em português), segundo a mesma fonte.
Yassine M. foi atingido a tiro por uma patrulha que chegou como reforço e foi transportado para o hospital.
O agente atingido na garganta, Thomas M., de 29 anos, não sobreviveu, enquanto o seu parceiro, Jason P., de 23 anos, foi internado e operado naquela noite, ainda segundo o Ministério Público Federal, encontrando-se livre de perigo.
Além do perfil psicológico do suspeito, a investigação aberta por "assassinato e tentativa de homicídio em contexto terrorista" terá influência na pena de prisão que vier a ser aplicada.