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ONU pede ao Governo espanhol que informe sobre espionagem com Pegasus

ONU pede ao Governo espanhol que informe sobre espionagem com Pegasus

Os relatores especiais receberam uma denúncia de alegada espionagem através de spyware Pegasus e Candiru a um “grande número de personalidades catalãs e ativistas” entre 2017 e 2020.

Os relatores especiais da Organização das Nações Unidas (ONU) solicitaram terça-feira ao Governo espanhol que, no prazo de 60 dias, informe sobre a alegada espionagem realizada com o sistema Pegasus contra líderes pró-independência da Catalunha.

De acordo com um comunicado da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), o pedido foi feito por três relatores da ONU sobre questões de minorias, promoção e proteção do direito à liberdade de opinião e expressão e direitos à liberdade de reunião e associação pacíficas.

Esta informação surge como resposta aos dados enviados pela secretária-geral da ERC, Marta Rovira, em nome dos republicanos supostamente espiados.

Na carta divulgada esta terça-feira que acompanha a nota da ERC, datada de 24 de outubro de 2022, os três relatores dizem ao Governo que receberam uma comunicação a denunciar a alegada espionagem através de spyware Pegasus e Candiru num "grande número de personalidades catalãs e ativistas durante o período de 2017-2020".

"As vítimas dos complexos e sofisticados programas de espionagem abrangem líderes catalães, membros do Parlamento Europeu, deputados, juristas e membros de organizações da sociedade civil", especificam os relatores, lembrando que o software é vendido apenas para governos, segundo a empresa que o desenvolve (NSO Group, com sede em Israel), e infetou os dispositivos eletrónicos de pelo menos 65 pessoas.

Depois de expor a situação, os relatores expressam a sua "muito séria preocupação" com o que "é relatado como um extenso e bem coordenado programa de espionagem de ativistas e figuras públicas proeminentes da minoria catalã".

Na sua ótica, esta alegada espionagem "parece ser uma interferência no seu direito de ter e expressar livremente as suas opiniões, trocar e transmitir informações e ideias, reunir-se pacificamente e participar em associações, ter uma vida privada e privacidade na correspondência, e ser iguais perante a lei e com direito à igual proteção da lei, sem qualquer discriminação".

Os relatores especiais lembram que o seu pedido surge para "tentar esclarecer as denúncias" que a ERC lhe tem apresentado, advertindo que, passados os 60 dias, tornarão pública a informação como a resposta do Governo espanhol e ambas estarão disponíveis num relatório que será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.

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