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Governo de Lula elimina termo índio por ser discriminatório

Governo de Lula elimina termo índio por ser discriminatório
Gustavo Moreno

Nome do órgão responsável pelas políticas para os povos indígenas foi alterado.

O Governo do novo Presidente brasileiro, Lula da Silva, alterou o nome do órgão responsável pelas políticas para os povos indígenas para excluir o termo "índio" do seu nome, por o considerar discriminatório e colonizador.

A Fundação Nacional do Índio (Funai), criada em 1967 e que tem sido a principal fomentadora e executora de políticas para os povos indígenas no Brasil, passou a chamar-se Fundação Nacional dos Povos Indígenas, por decreto publicado por Lula da Silva no Diário Oficial da União, na segunda-feira.

"Índio é uma palavra adotada pelos colonizadores para nos definir, mas já há alguns anos usamos o termo indígena, que significa 'original', aquele que estava aqui antes dos outros", disse à agência noticiosa espanhola Efe, a líder indígena Sónia Guajajara, no domingo, dia em que assumiu a chefia do recém-criado Ministério dos Povos Indígenas.

A mudança responde à decisão de Lula de promover uma nova política para os indígenas que os tenha como protagonistas, e também à política de promover uma linguagem inclusiva, não só de géneros, mas também de raças.

Segundo a nova ministra, representante dos Guajajara/Tentehar, etnia que vive na reserva indígena Araribóia, no estado amazónico do Maranhão, a nova denominação da Funai representa e valoriza a diversidade dos povos indígenas brasileiros.

Guajajara, eleita deputada nas eleições legislativas de 2 de outubro, acrescentou que o termo "índio" também é considerado impreciso pelos especialistas, pois engloba as mais de 300 etnias existentes no Brasil.

A deputada federal e advogada Joenia Wapichana, que acaba de se tornar a primeira mulher indígena a assumir a presidência da Funai, falou no mesmo sentido.

"É um momento histórico para os povos indígenas do Brasil, que depois de tanta afronta e revés, e com o único órgão indígena totalmente desmantelado, possamos retomar a Funai. Uma Funai que já podemos dizer que é nossa", disse Wapichana, criticando as políticas do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.

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