Uma mulher do Reino Unido foi condenada a oito anos e meio de prisão por mentir sobre o facto de ter sido violada, traficada por um gangue asiático e ter feito falsas acusações de violação contra uma série de outros homens.
Eleanor Williams, de 22 anos, foi condenada em janeiro por nove acusações de desvirtuar a investigação de um caso na justiça. No dia da sentença, no tribunal de Preston Crown Court, o juiz afirmou que as alegações da mulher eram "totalmente fictícias" e não mostrou "nenhum sinal de remorsos".
O polícia responsável pelo caso, Doug Marshall, disse à Sky News: "Tive casos em que as pessoas contavam mentiras, mas nunca nesta dimensão". Acrescentou ainda que Eleanor Williams “não teria parado” se não tivesse sido acusada,
As acusações da mulher de 22 anos tornaram-se virais durante 2020, quando publicou fotografias de si própria na rede social Facebook com hematomas e ferimentos em várias partes do corpo.
Na altura, afirmou que foi espancada, violada e forçada a participar em "festas de sexo" por homens asiáticos.
O caso tornou-se viral nas redes sociais e até foi criada uma campanha de solidariedade denominada "Justice for Ellie", que teve mais de 100 mil partilhas.
Na investigação, a polícia começou por averiguar as alegadas acusações de abusos sexuais, mas rapidamente perceberam que eram falsas. A polícia verificou que Eleanor Williams estava hospedada num hotel no momento em que alegou estar a ser vendida para sexo.
Imagens de videovigilância mostraram o momento do check-in. Além disso, os registos telefónicos mostraram que esteve no quarto a assistir a vídeos e até foi a uma loja de comida.
Mas não foi só. As imagens também vieram provar que Eleanor Williams comprou um martelo, com o formato idêntico àquele que foi encontrado nos seus ferimentos. Um especialista garantiu que os hematomas no rosto, braços, costas e pernas correspondiam àquele formato.
A investigação também apurou que a mulher criou contas falsas para enviar mensagens a si própria, para fazer parecer que estava a receber mensagens de agressores.
Vítimas deste caso pensaram no suicídio
Mohammed Ramzan, um dos homem, falsamente, acusados por Elaneor de violação e tráfico, revelou que duas semanas depois de ser preso tentou suicidar-se. "Carrego as cicatrizes até hoje", disse.
Em declarações, no exterior do tribunal, Mohammed afirmou que não sabe se ele e a família vão conseguir "recuperar disto", mas estão "determinados a seguir em frente".
No depoimento lido em tribunal, Jordan Trengove, outra das vítimas, revelou que palavra "violador" foi grafitada na sua casa e que também tentou pôr termo à vida.
"Não podia sair de casa, não podia ir trabalhar", disse Jordan à Sky News. Agora, sente-se "aliviado" pela condenação, no entanto deixa críticas. "Esperava que fosse um pouco mais longa [a pena de prisão] ", confessou.
Irmã acredita que acusações tenham sido falsas
A irmã de Eleanor também falou à Sky News e revelou que os telefonemas, eram "constantes... tudo muito estranho".
Lucy Williams disse acreditar que as afirmações da irmã eram falsas. Revelou ainda que, quando a irmã disse ter sido leiloada em Amesterdão, as duas estavam juntas numa viagem.
No depoimento lido pela defesa, Eleanor justificou-se: “Eu sei que cometi alguns erros e sinto muito. Eu era uma jovem e estava confusa. Não estou a dizer que sou culpada, mas sei que cometi alguns erros, desculpem-me.”
Mãe de Eleanor não consegue descrever o que está a passar
A mãe também falou com a Sky News, a quem contou que não consegue entender o que está a acontecer.
"Não consigo descrever. Ainda não consigo entender. Simplesmente, não parece real. A pessoa que a imprensa retrata não é a pessoa que eu conheço.", disse. "Acredito que ela estava apenas a tentar fazer com que as pessoas a ouvissem", concluiu, aceitando que a filha tenha dito mentiras.
No caso que chocou o Reino Unido, ficou provado que todos os factos apresentados por Eleanor Williams eram fictícios.